Fluminense na final da
libertadores.
Tentei de várias formas
comprar os ingressos para meu filho de 12 anos e viajar comigo e não consegui.
Talvez por não ser sócio ainda desse time que considero o melhor do mundo.
Culpa minha porque sempre fui deixando pra depois. Sempre achei que não precisaria
um dia. E vi que deveria fazer logo porque o clube sempre precisa, afinal me dá
muitas alegrias.
Tudo bem parti para plano
B.
Conheci alguns colegas
pela internet e vi que iria acontecer um evento massa em Juazeiro da torcida
tricolor. Tratei de marcar logo o encontro.
Reservei pra minha mulher
e meu dois filhos, queria levar minha cachorrinha vira lata mas resolvi deixar
quieto. Por que afinal o trabalho é mais pesado.
Com o andar da carruagem
vi que seria um pouco desgastante para os meninos e a mulher e acabei
convencendo de deixá-los em casa pra assistir com minha mãe sem muita agitação
e com mais comodidade, chamei o colega Paulo Marajá tricolor que ama o
fluminense.
Estava tudo pronto.
Iriamos em busca de um sonho. O sonho mais belo de um torcedor do Fluminense.
Iriamos em busca taça libertadores.
Viagem tranquila. Chegamos
por volta das 3 da tarde.
Logo soube que a sede
onde iriamos assistir o jogo estava aberta reparando os últimos detalhes.
Corremos pra lá. Encontramos o pessoal trabalhando com muita vontade e
entusiasmo e procuramos ajudar também.
Uma galera gente boa quem
nem aquela cerveja gelada bebida em um dia de extremo estresse e calor.
Fomos embora por volta da
meia noite com a carona de um cara tão entusiasmado. Esse cara chamado Marco Sullivan,
prestava atenção em todos os detalhes e cuidava de tudo com tanta atenção. E eu
agradecia a Deus por estar lá pra o que ele precisasse na sede onde iriamos
assistir o jogo.
Logo chegamos no hotel.
No outro dia era o grande
jogo. Tomamos café e colocamos aquela camisa tricolor que chamamos de a grande
armadura.
Vamos para a guerra enfrentar
o Boca Juniors.
Entre comentários,
risadas, choros de amigos.
Entre dúvidas, ironias,
brincadeiras e desconfianças de colegas torcedores de outros times seguimos
adiante.
Chegamos em nossa sede.
Pais com seus bebê segurados no colo.
Mães com seus bebês
segurados no colo.
Bandeiras balançando.
A carne na churrasqueira
esquentando como os ânimos no campo de futebol.
Cerveja gelada e bate
papos descontraídos e esperançosos por mais um título.
A galera cantava tão
forte que eu conseguia enxergar a taça em um momento de delírio alcoólico
misturado com estratégias futebolísticas atrás de
Um placar favorável a
nosso time que por um momento e curto espaço de tempo acaba se tornando um
pedaço muito grande de nossa vida.
Tinha um cara que gritava
tão forte pedindo pra galera gritar que chamou minha atenção.
Outro chegou perto e
entre uma cerveja e outra descobri que era conterrâneo. Parente de um amigo
político aqui de Remanso,
E que tive o prazer de
ver chorar de emoção logo após o final do jogo.
O fluminense se sagrou
campeão com gol de cano e John Kennedy.
Prestei atenção em todos
a nossa volta. Era puro êxtase. Pulos, choros, bandeiras sacudindo, abraços,
beijos entre casais.
Meu peito estava
sufocado.
Sai um pouco fui caminhar
na praça e sentei em um banco pra descansar. Ao mesmo tempo vi crianças com
camisas tricolores em um brinquedo a rodar. E outras em outros brinquedos a
subir e levantar. Filmei admirado e mandei no grupo dos colegas.
Logo depois sentei em um
banco da praça e me concentrei tentando relaxar.
Pedi a Deus pra estar
sozinho com meu pai que havia perdido a pouco tempo.
Ele foi a maior motivação
que tive pra torcer pro fluminense.
As lágrimas desceram como
um raio.
Chorei compulsivamente
naquele canto. Fisicamente eu estava sozinho. Mas senti Deus e meu pai comigo e
festejamos ali naquele canto onde só nós 3 sabíamos e sentíamos o melhor da
vida. Aquela sensação era inexplicável.
Vários colegas tiveram
experiência parecida eu sei muito bem.
Retorno a minha casa
morrendo de saudade de minha mulher, meus filhos e minha cachorrinha.
Minha mãe como sempre me
liga pra saber como estou e carrego no meu coração.
Festejo mais um pouco em
minha cidade com ar de campeão. E vou dormir em paz.
Obrigado Senhor.
Vamos em frente, a luta
continua e a vida é linda.
Durval Filho
05/11/2023
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