A Enfermeira, a qual é especialista em UTI, afirmou que a prioridade, de sua profissão, é o atendimento ao paciente, para que tudo possa ser oferecido à ele com maior qualidade |
Por Emaísa Lima
papodiario30@gmail.com¹
A Unidade de Tratamento Intensivo ou Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é vista por muitas pessoas como a reta final de um paciente. Todavia, este tipo de internação é apenas para os casos de saúde que precisem de mais cuidados. Já que ela oferece um suporte maior, contando com uma equipe multiprofissional-de Médicos, Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares- para os pacientes. Estes, considerados em estado crítico, requerem uma maior atenção, sendo monitorados e vigiados por 24 horas.
Sobre a UTI o Ministério da
Saúde (MS), por meio da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, a ANVISA, em publicação na trigésima sétima edição do Diário Oficial
da União (DOU), em 25 de Fevereiro de 2010, através da Resolução de Diretoria
Colegiada, a RDC Nº 7, dispõe sobre obre os requisitos mínimos para
funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências.
Para falar mais sobre este
assunto, dentre outros, desde que envolvam a Enfermagem, o Papo Diário, trouxe a Enfermeira, formada pela Fundação de Ensino
Superior de Olinda (FUNESO); Especialista em Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
e Professora Universitária e de Cursos Técnicos, Celina Azevedo Magalhães Matos.
[PAPO DIÁRIO: PD]: O Enfermeiro é aquele profissional em
que, no seu cotidiano, seja qual for a sua especialidade, presta ajuda os
médicos e cuida dos pacientes. E os nossos leitores querem saber se está
afirmativa é realmente verídica, no dia a dia, de um hospital?
[CELINA MATOS: CM]: O Enfermeiro é por formação um profissional
educador e aquele que cuida/assiste ao seu paciente/cliente/usuário. Presta assistência
junto de toda a equipe de saúde, ou seja, sendo um profissional intrínseco, no
processo do cuidar junto do Médico, Técnico de Enfermagem, Fisioterapeuta e
demais profissionais.
[PD]:
Por
favor, caso não a incomode, a senhora poderia nos explicar, a seguinte
diferença: Enfermeiro x Técnico em Enfermagem x Auxiliar de Enfermagem?
[CM]: Claro que
posso!
Veja bem: o Enfermeiro - é o profissional que trabalha com maior
complexidade. Ele planeja e lidera o trabalho do técnico e do auxiliar, embora
também possa executar essas funções. Para se tornar um é necessário
curso superior, com duração de cinco anos. Esse profissional assiste todos os
níveis de pacientes, ele é o responsável pelo planejamento de assistência de Enfermagem,
como treinamento e capacitação, liderança e supervisão de equipes de
atendimento.
O Técnico de Enfermagem - É para
aquelas pessoas que tem o desejo de trabalhar na área da saúde, mas por algum
motivo não podem, ou não conseguiram, fazer o nível superior. É preciso ter o
ensino médio e a formação dura dois anos. O profissional vai executar as ações
planejadas pelo Enfermeiro. Ele está habilitado a lidar com pacientes de média
e alta complexidade, atuando em centros cirúrgicos e Unidades de Terapia
Intensiva, além de atender pacientes no pós-operatório.
Já o Auxiliar de Enfermagem - A duração do curso é de cerca de quinze meses. O profissional tem competências mais simples e pode atuar em setores ambulatoriais. Assim como o técnico, o auxiliar pode administrar medicamentos, aplicar vacinas, fazer curativos, realizar higiene de pacientes e até trabalhar com esterilização de material. No entanto, todas as atividades serão realizadas em setores e com pacientes sem complexidade.
[PD]: Os profissionais da Área da Saúde são conhecidos por
serem frios, sem sentimentos. Existe uma explicação lógica para isto?
[CM]: Não somos frios! No dia em que nada sentirmos por uma situação com um paciente ou familiar em nossa rotina de trabalho; estaremos, com certeza, na profissão errada. Temos que manter e ter o equilíbrio para que a assistência aconteça da melhor maneira possível. Frios nunca!
[PD]:
Caso
o paciente seja algum parente, em quaisquer casos e/ou circunstâncias, deste
profissional qual a conduta a ser utilizada?
[CM]: O paciente sendo parente de algum
profissional, por questões éticas, é importante o profissional não se envolver
no tratamento ou na conduta a ser tomada; pelos demais membros da equipe, mas,
claro, estará sabendo de todas as informações e condutas adotadas. O importante
é não haver tratamento diferenciado e nem privilégios.
Tratamento em saúde deve ser com equidade, independente de cor, raça, religião ou parentesco. Assistência deve ser neutra e com qualidade sempre.
[PD]: O Enfermeiro Assistencial é conhecido como aquele que
prioriza, em cem por cento, única e exclusivamente, os cuidados com o paciente,
para que tudo seja ofertado a ele com muita qualidade. Foi a partir deste
profissional que a Humanização apareceu na área da Saúde?
[CM]: A Humanização é de extrema importância no ambiente hospitalar ou em qualquer ambiente de saúde no processo do cuidar. Ela surgiu com a necessidade do olhar diferenciado na assistência ao paciente/cliente/usuário e seu familiar. Ou seja, o paciente e seu familiar já chegam fragilizados no ambiente hospitalar, para realização de seu tratamento, e um atendimento de Humanização por parte da equipe de saúde faz toda uma diferença. Chamar pelo nome do paciente, uma fala - olhos nos olhos, manter familiares informados com a real situação e apoio no momento exato, fazem parte um vínculo de humanização entre: Paciente –Profissional de Saúde – Familiar.
[PD]: À área da Enfermagem é conhecida por trabalhar sobre
pressão e contra o tempo. Como lidar psicologicamente com estas duas vertentes?
[CM]: No Início foi muito difícil
atuar sempre contra o tempo... Tipo 24 horas é pouco para a assistência
acontecer. Mas a maturidade profissional vai chegando e você tem a certeza que
Enfermagem/Equipe é continuidade. Trabalhamos em equipe e devemos saber delegar
e trabalhar juntos. E ter a certeza que é realmente a área da saúde que você
deseja e sempre desejou atuar. E logo, a realização chega com um sorriso de um
paciente, uma melhora, uma alta hospitalar daquele paciente “complicado” ou até
um ‘muito obrigada’ dos familiares/paciente e tudo aquele turbilhão de pressão
e correr contra o tempo vai sendo amenizada.
Nosso
nome é SOLUÇÃO!
[PAPO
DIÁRIO: PD]: A simples definição: A Unidade de Terapia Intensiva ou
Unidade de Tratamento Intenso (UTI) é conhecida por monitorar, por 24h,
pacientes muitos críticos ou que estão à beira da morte. Mas, partindo da
leitura desta afirmativa, o que de fato é verdade ou mentira dentro de uma UTI?
[CELINA MATOS: CM]: Quando falamos em UTI – Unidade de Terapia Intensiva, várias pessoas pensam logo em MORTE, infelizmente! Porém não é verdade. A UTI é um setor do hospital (o coração do mesmo) com alta complexidade na assistência e tecnologia no tratamento aos seus pacientes/clientes/usuários por profissionais capacitados e especializados nas 24 horas do dia. É um setor que tira o paciente do “fundo do poço” a vida. Muitos ficam impressionados com a quantidade de fios, bombas de infusão (medicações sendo infundidas no paciente) e perfis do paciente na UTI. E também as visitas restritas, devido ao controle de infecção no ambiente; mas já tem alguns estudos em torno da visita aberta no setor para conforto ao paciente e seus familiares.
[PD]: Dentro do seu dia a dia no hospital, no que concernem as
competências clínicas, quais são os casos de Saúde do Adulto, mais frequentes,
presenciados pela senhora aqui no Vale?
[CM]: O mais presenciado é o Traumatismo Crânio Encefálico (TCE/sexo masculino, moto ou carro e jovem). Só que vi também o Acidente Vascular Encefálico (AVE ou AVC), popular derrame, o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e a Depressão (que deixa porta de entrada para toda e qualquer doença).
[PD]: Quais os primeiros procedimentos tomados, pela equipe
médica, em especial, do Enfermeiro, com a chegada de um paciente crítico, o
qual já veio transferido de outra localidade, em um hospital?
[CM]: Um paciente crítico/grave sendo admitido na unidade hospitalar será recebido pela equipe de saúde, estabilizado (ou sem instabilidade), terá de fazer a coleta de exames de sangue ou exame de imagem, puncionar acesso para infusão de medicação, sempre dando a informação aos seus familiares. E ao paciente (se consciente), monitorizar os seus sinais vitais e instalar oxigenoterapia (terapia através do oxigênio).
[PD]: Fale-nos mais sobre os seguintes processos vividos dentro
da UTI: intubação, desfibrilação, aspiração e monitoramento (corpóreo e
cardíaco)
[CM]: Afirmo que esses procedimentos são os mais
realizados em um ambiente de Unidade de Terapia Intensiva. Sendo assim, a
intubação orotraqueal e a desfibrilação são processos exclusivamente, feitos
pelos Médicos, logo, a equipe de Enfermagem apenas irá auxiliá-los.
O
monitoramento cardíaco é nosso termômetro do paciente, em que é evidenciado a
todo tempo a frequência cardíaca, pressão arterial sistêmica, fluxo
respiratório pelo oxímetro de pulso. Todo paciente de UTI deve esta
monitorizado. E a aspiração é procedimento realizado pelo Enfermeiro, para
manter as vias aéreas pérvias, ou seja, facilitar e otimizar a respiração
retirando secreções que facilitem o aparecimento da infecção no trato
respiratório.
[PD]: A senhora, enquanto profissional, poderia, por favor,
deixar algumas dicas básicas, no estilo de cuidados, que os nossos leitores
precisam ter para evitar e/ou reduzir suas idas aos centros médicos?
[CM]: Claro que posso fazer isto! Só nunca se esqueçam daquele velho ditado popular:“Prevenção ainda é o melhor Remédio”. Logo: fazer exercícios regulares (os que mais goste e lhe dê prazer em realizar); ter uma alimentação balanceada (fibras, menos sal e açúcar); beber muita água; respirar fundo e de modo correto; Mulheres: realizem seu exame preventivo (Papa Nicolau e Mamografia – se a estiverem na idade); Homens: façam seus exames anuais; fiquem atentos ao seu cartão de vacina, o qual deve estar em dia (serve tanto para crianças quanto adultos); seja feliz e evite o estresse.
¹O Papo Diário, semanalmente, terá o intuito de esclarecer, trazendo
de uma forma mais dinâmica, leve e descontraída, assuntos que sejam
relacionados à Área da Saúde, com profissionais especializados, por meio do uso
de perguntas e respostas, fazendo com que os nossos leitores fiquem mais conscientes
sobre este tema.
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