Os personagens Gregorinho e Xicamali integram a legião de espíritos - Foto por Welton Cirineu |
Sete espíritos de personagens
inspirados em grupos historicamente ignorados da construção social do Brasil
debatem um possível retorno ao país para um acerto de contas. Esse é o ponto de
partida da obra cênica visual NAU,
que segue em cartaz neste final de semana, de hoje (16) a domingo (19), às 19h,
e está com temporada online até novembro, em www.projetonau.art.br, sempre entre quinta e domingo. Os ingressos estão à venda no https://www.sympla.com.br/produtor/viapresscomunicacao com valores que variam entre R$10, R$20 e R$30 - um formato
que amplia a possibilidade para o público, que paga o quanto for possível.
Parte dos ingressos será destinada gratuitamente para grupos teatrais, escolas
e ONGs que trabalham com pessoas em situação de vulnerabilidade social. NAU é
dirigido pelos baianos Daniel Arcades e Thiago Romero. Confira o teaser: https://tinyurl.com/3k45edu4.
Os personagens partem de uma experiência por três cidades
brasileiras: Salvador e Rio de Janeiro, antigas capitais do país, e Brasília,
atual capital federal. Nesses locais a legião de espíritos – união de diversas
energias de pessoas que passaram pela história do Brasil em situações de
subalternidade – avalia os cenários marcados por diversas formas de opressão. “É como se cada personagem fosse
uma compilação de grupos minoritários. Eles
representam um rizoma da subalternidade brasileira”, explica Daniel
Arcades, diretor.
Além desses personagens
principais, que formam essa legião de espíritos, há personagens humanos, também
fictícios, totalizando 15 atores em cena. Daniel explica que a história de NAU
começou há quatro anos, mas foi em 2018 que o argumento se tornou nítido para a
dupla de diretores: uma peça futurista em que personagens que viveram em
diferentes épocas do Brasil voltassem e analisassem o país atual. “É uma obra fruto de um tempo e
espaço completamente diferenciados dos tradicionais formatos de teatro”,
acrescenta, ao avaliar a produção durante a pandemia.
Thiago Romero assina com
Arcades a direção de NAU e afirma que o musical nasce do anseio de recontar a
história do Brasil sob a ótica de grupos que foram ignorados dessa construção: “NAU foi feito para repensar a
lógica da narrativa da história a partir de personagens silenciados pelos
documentos oficiais. É uma revisão necessária e que encontra brecha no que
vivemos hoje, quando tantos grupos têm reivindicado seus espaços. É a história
do Brasil contada a partir da visão do colonizado, não do colonizador”.
Com realização da Via Press
Comunicação, Paula Hazin e Teatro da Queda, a montagem original conta com
orientação cênica e supervisão de direção do ator da TV Globo Luiz Carlos
Vasconcelos e da coreógrafa Ana Paula Bouzas, além de direção de produção de Paula
Hazin. As canções da trilha do espetáculo foram compostas por Daniel Arcades e
Filipe Mimoso – este último assina também a direção musical de NAU. Os efeitos
especiais foram assinados por VJ Dexter e VJ Cayetano. Edeise Gomes assina a
coreografia. O projeto foi selecionado pelo edital Fábrica de Musicais – Ano
II, da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Prefeitura Municipal de Salvador.
Postar um comentário