Com o objetivo de reconstruir
narrativas orais e estéticas acerca da trajetória e do legado de Maria Izabel
Muniz Figueiredo, popularmente conhecida como Bebela, estreará, nesta quarta
(28), “Bebela’s”, um documentário ficcional
inspirado pelas múltiplas potencialidades de Bebela enquanto atriz e
pesquisadora juazeirense, de importância inestimável para a identidade cultural
do Vale do São Francisco. Além de Bebela, o projeto conta com intérpretes locais como Agda Terra, Catharina Cabral de
Carvalho, Dona Nenenzinha, Fernanda Babel, Fabrizio Fatel, Lidiane Braga, Maria
Duda, Odomaria Rosa Bandeira, Rosy Costa e Zuleika Bezerra para compartilhar o
modo como suas histórias foram alimentadas pelos universos de Bebela.
De
acordo com a atriz, diretora e idealizadora do documentário, Zuleika Bezerra,
“Bebela’s” evidencia tanto o protagonismo das mulheres juazeirenses enquanto
guardiãs da memória quanto a representatividade de atrizes locais na cena
artística e cultural da região. “Essas mulheres desempenham papéis decisivos na
produção e disseminação da identidade cultural local, acionando processos de
subjetivação e pertencimento em diversas gerações do Vale do São Francisco”,
enfatiza.
Para a atriz e pesquisadora Odomaria Rosa Bandeira participar de histórias a respeito de Bebela foi uma experiência singular de busca e de aprendizagens criativas. “Rememorando a sua presença em diversos momentos e atuações na história cultural de Juazeiro acionamos um lugar de pertencimento e nos reconhecemos em sua trajetória, reinterpretando, por outro lado, as nossas próprias presenças e atuações ao longo dos tempos sucedidos”, comenta.
Já
para a homenageada, Bebela, o sentimento que expressa essa experiência é o de
gratidão. “Jamais pensei em ser a protagonista de um trabalho tão inspirador.
Só tenho a agradecer a atenção de todos que trabalharam juntos na confecção
desse projeto, um resgate de minha história e da história de Juazeiro”,
comemora.
Docuficção
O
termo ‘docuficção’ surgiu no início do século XXI e trata-se de um neologismo que designa uma obra cinematográfica híbrida cujo gênero se situa
entre o documentário e a ficção. O gênero procura representar a realidade ao
mesmo tempo que introduz na narrativa elementos ficcionais através de outras
expressões artísticas. Em Bebela’s essa hibridização se dá entre modos complementares de
representação: poético, observativo e participativo. A combinação desses
diferentes modos de representação revela, sobretudo, a trajetória multifacetada
de Bebela, que desempenha
o seu próprio papel na vida real.
Lei Aldir Blanc
Criada no ano passado, a Lei Aldir Blanc destinou R$ 3 bilhões
para minimizar o impacto da pandemia sobre o setor cultural, um dos mais
afetados pela covid-19. Já na madrugada desta quarta-feira (21), a Câmara dos
Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 795/2 que prorroga o auxílio
emergencial de trabalhadores da cultura. De acordo com a Agência Brasil, os
recursos remanescentes da lei somam cerca de R$ 770 milhões. Nesse sentido, os
dados só reforçam a importância do setor da cultura para a economia do país,
responsável por 2,64% do PIB brasileiro segundo dados de 2016 da Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN).
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