VALE EM FOCO

Papo Diário: Os riscos da automedicação

A Farmacêutica orienta que as pessoas, no seu dia a dia, possam tomar cuidado com a automedicação e sempre consultar-se com um Médico especialista.
Por Emaísa Lima 

Sabe aquele comprimido para enxaqueca que tomamos, de imediato, aliviando agonia intensa? Ou quando ingerimos logo um anti-inflamatório sem prescrição médica alguma? Isto, por mais simples que seja, em nosso cotidiano, trata-se da realização, por nós mesmos, da automedicação. A qual é extremamente perigosa, podendo, além de causar vários danos à nossa saúde, mascarar algum problema mais grave por trás daquele primeiro sintoma.

Para esclarecer mais sobre isto, o Papo Diário, trouxe a Farmacêutica, formada no curso de Farmácia/Bioquímica, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Christiane W. Albuquerque Nascimento. 

[PAPO DIÁRIO: PD] O conceito formal, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) “A automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são “percebidos” pelo usuário, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde (Médico ou Odontólogo).” Como podemos popularizar este conceito para que nossos leitores possam interpretar mais rapidamente?

[CHRISTIANE WANESKA: CW]: A automedicacção é um tipo de autocuidado, ou seja, o indivíduo acaba consumindo medicamentos sem ajuda profissional, com o intuito de tratar e aliviar sintomas. Ocorre a automedicação quando há: a aquisição de medicamentos sem receita, o compartilhamento dos medicamentos com outros integrantes da família ou círculo social, a reutilização de sobras de medicamentos de tratamentos anteriores e a utilização de antigas prescrições. Todas essas formas o paciente se autoavalia e busca sozinho o tratamento.

[PD]: Como a pessoa não sabe o que realmente tem, termina por comprar aquele medicamento que ela acredita ser o mais coerente com os sintomas sentidos. Todavia, como é uma faca de dois gumes, se assim temos como comparar, ela pode ou não ficar curada. Caso exista a negatividade do fato pode ocorrer deste remédio adquirido piorar os sintomas, causar algo mais grave ou proporcionar o óbito do seu comprador?

[CW]: Na maioria das vezes, o usuário procura uma farmácia. Por ser a instituição de saúde, de acesso mais fácil. E entre os medicamentos mais vendidos estão: os analgésicos, os antitérmicos e os anti-inflamatórios, todos representam classes de medicamentos que auxiliam o tratamento, que tiram a dor e a febre, popularmente falando, mas que ao tomá-los isoladamente sem a prescrição médica correta, mascara a verdadeira doença que esta causando os sintomas. Ou seja, tratam só o sintoma e não a causa.

[PD]: Sobre aqueles medicamentos que deixamos guardados em casa, vários deles são sobras de doenças, dores, as quais já tivemos, que muitas vezes perdem a validade, mas na hora da dor, não se é lembrado de ver (data de fabricação, lote e se ainda está apto ao consumo) pode ser considerado como automedicação? E fazer com que o homem sofra alguma consequência?

[CW]: Ter uma "farmacinha" em casa, é uma prática comum em grande parcela da população, e o risco não vai só em usar a  "sobra",  a facilidade de acesso a medicamentos antigos, repetindo um velho tratamento. É também a forma como esses medicamentos são guardados, porque eles devem ser guardados em local arejado e seguro, sem exposição à luz, calor ou umidade, em sua embalagem original, identificados pelo nome comercial ou genérico e princípio ativo e com data de validade e lote, o que quase nunca ocorre. Podendo ocorrer facilmente alguma reação adversa e levando a uma intoxicação medicamentosa mais grave, podendo chegando até a morte do paciente. 

[PD]: Podemos dizer que a automedicação pode desencadear a hipocondria e o vício de remédios?

[CW]: Automedicação está sim ligada ao vício de remédios, até porque muitas substâncias químicas presentes nos medicamentos causam o risco de dependência e de o uso se tornar crônico.

Mas a hipocondria, também conhecida como “mania de doença”, está ligada a um transtorno mental caracterizado pelo medo constante de estar doente ou desenvolver uma doença séria. Pacientes com hipocondria acreditam que sintomas comuns são sinais de doenças graves e visitam o médico com uma frequência exacerbada, podendo até mesmo realizar diversos exames desnecessários.

[PAPO DIÁRIO: PD] A senhora como farmacêutica aconselha seus clientes a procurarem um médico ou sugere medicamentos para serem paliativos das dores que eles lhes contam?

[CHRISTIANE WANESKA: CW]: Justamente por ser Farmacêutica, e entender os riscos e perigos da automedicação irresponsável, que aconselho os pacientes a procurarem um Médico, e fazerem uma análise completa dos sintomas sentidos por eles. Normalmente, os pacientes, vão ao balcão da farmácia com queixas e sintomas genéricos. O Médico então irá solicitar e avaliar, quais são os exames específicos, necessários a se fazer, chegando enfim ao diagnóstico completo e seguro do problema e assim haverá um tratamento responsável que leve a saúde do paciente.

¹O Papo Diário, semanalmente, terá o intuito de esclarecer, trazendo de uma forma mais dinâmica, leve e descontraída, assuntos que sejam relacionados à Área da Saúde, com profissionais especializados, por meio do uso de perguntas e respostas, fazendo com que os nossos leitores fiquem mais conscientes sobre este tema. Participe/colabore: papodiario30@gmail.com.

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