VALE EM FOCO

Na mídia: estratégia tenta encobrir noticiário nacional que destaca os ‘Coelho’ de Petrolina



Este final de semana, Petrolina foi pauta de vários jornais de repercussão nacional e internacional.  No alvo da notícia, o bloqueio de R$ 258 milhões pelo TRF-4 do senador Fernando Bezerra Coelho, que é líder do governo no Senado e relator da MP da reforma administrativa. O político teve o bloqueio de valores e bens em ação de improbidade administrativa que tem como alvos os partidos MDB e PSB. Na ação, que será julgada pela Justiça Federal em Curitiba, foram apontados desvios em negócios da Diretoria de Abastecimento da Petrobrás, em especial com a construtora Queiroz Galvão, vinculados a serviços em Pernambuco, e pagamentos de propinas na CPI da Petrobrás de 2009. O valor total pedido pelo Ministério Público Federal e pela Petrobrás – também autora da ação – é de pagamento de R$ 3,45 bilhões.

Enquanto isso, o filho do senador, o deputado Fernando Filho, do DEM de Pernambuco, votou no plenário da Câmara para retirar o Coaf do Ministério da Justiça, indo na contramão do presidente Bolsonaro, que defendia a permanência do órgão ao Ministério da Justiça, cuja finalidade é de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades  de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores, de investigar transações ilícitas.

Já o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, filho do senador, recebeu no último sexta (24) a visita do presidente da República Jair Bolsonaro, para, segundo ele, “entregar as casas à população mais necessitada de Petrolina”. Mas a repercussão que rapidamente invadiu os principais veículos de comunicação do país, foi a reação dos proprietários das residências que financiaram o imóvel, estimado em R$ 100 mil, do Conjunto Habitacional  Morada Nova Mais Viver e não do Programa Minha Casa, Minha Vida. Numa das postagens o prefeito de Petrolina Miguel Coelho, sem partido, disse que “realizar um sonho é uma alegria grande, Agora imaginem 472 de uma vez só? Entregamos hoje a chave da casa própria para centenas de famílias, e a conquista veio pelas mãos do próprio presidente Jair Bolsonaro, que esteve hoje pela primeira vez em Petrolina”, escreveu.

Logo abaixo veio a reação. “A conquista foi nossa, que trabalhamos para comprar, não ganhamos nada de ninguém não, o que foi financiado pela Caixa não foi de graça, pagamos juros. Hoje o que ocorreu foi um evento político, onde ficou parecendo que ganhamos. Não pague, para ver? Falta de respeito”, comentou um dos proprietários do novo residencial. “O valor que eu pago por mês é porquê? Não recebi chave nenhuma. Tão pensando que ‘tavam’ doando casas?”, postou outro. A Construtora responsável pelo empreendimento, a Jota Nunes, também se manifestou explicando que “desconhece qualquer informação acerca de gratuidade do empreendimento Morada Nova Mais Viver” e lamentou que esse momento tão especial tenha gerado tanto estresse e descontentamento por parte dos clientes.

E na quinta (23), antes da recepção presidencial, foi noticiário da mídia nacional, a situação vexatória do Projeto de Decreto Legislativo n° 026/2019 do vereador Elias Jardim de propor o Título de Cidadão Petrolinense ao presidente da República Jair Messias Bolsonaro, ter sido retirada de pauta, porque não teria votos suficientes para a sua aprovação, mesmo o grupo político sendo a maioria absoluta na Casa Plínio Amorim.

Diante dos acontecimentos nos últimos dias, o vereador Gilmar Santos, chamou a atenção dos vereadores da Casa para o regimento legislativo. “Essa honraria deve ser concedida aos cidadãos que têm serviços prestados em Petrolina, essa proposição foi uma afronta”.

Já Paulo Valgueiro, líder da bancada de Oposição de Petrolina, analisou que a proposição do vereador pode ter sido uma estratégia para encobrir no município, as informações sobre a decisão do Tribunal contra o senador e a postura do deputado na votação do Coaf. “Pode ter sido um pano de fundo, para mudar o foco da notícia aqui em Petrolina”, disse.

O vereador Gabriel Menezes, também da bancada Oposicionista, foi contundente nas suas declarações: “Não tenho nenhum interesse de fazer número para Fernando Bezerra Coelho, que é a personificação do oportunismo. Se o presidente da República fosse Haddad possivelmente FBC estaria trazendo ele aqui amanhã. Há quem diga que já existe uma conspiração para derrubar o presidente Bolsonaro, se isso for verdade e Mourão assumir, FBC estará lá na primeira fila batendo continência e se ajoelhando na sua bandeira. Porque esse é o perfil do senador, oportunista”, finalizou.



0 Comentários

Postar um comentário

Deixe seu Comentário (0)

Postagem Anterior Próxima Postagem