Na última sexta-feira (01), o diretor do Sindicato Regional dos Trabalhadores em Limpeza de Juazeiro/Bahia (Sindilimp Regional), Eliel Figueiredo esteve concedendo entrevista ao programa de Waltermário Pimentel/Rádio Cidade, quando fez graves denúncias sobre possíveis casos de trabalho semi-escravo e atraso de pagamento aos garis que trabalham para a Prefeitura de Juazeiro, através da empresa que ganhou a licitação, MA2.
“Durante o carnaval os trabalhadores da policia ganham a gratificação, o fiscal de postura para tomar as coisas do trabalhador que está ali lutando para sobreviver ganha, a guarda, agentes de transito, e o trabalho mais essencial que é o de limpeza não recebe e ainda atrasa pagamento de salário”, lamentou Eliel.
Nas administrações anteriores [Misael e Joseph) existiam um veículo que ficava à disposição dos garis. Eles contavam com o café da manhã, recebiam cestas básicas nas principais festas do ano, e ainda tinha atenção médica. “Os funcionários ficaram até as 8:30h da manhã sem beber água, e o café era um pedaço de cuscuz duro sem nada que foi oferecido durante o carnaval. Depois que houve reclamação, o fiscal conseguiu algumas garrafas de água no posto da Polícia Militar (…) Quando os trabalhadores da limpeza estão com seus carrinhos, param na porta de determinadas casas ou lojas, pedem água e as pessoas negam, e quando dão água é quente e em pote de manteiga vazio ou numa garrafa de água mineral cortada ao meio para não ter retorno. Enquanto isso passa um ‘capitão do mato’ [fiscal] liga para os miseráveis [patrões] fazendo fuxico dizendo que o trabalhador não estava no local fazendo suas obrigações no meio do sol quente. Este fiscal ainda ameaça o trabalhador de demissão”, denunciou.
Mais humilhação
Além não poderem beber água durante o trabalho, Eliel afirmou ainda que os garis não tem direito a sanitário e banheiro. “Se quiser fazer alguma necessidade tem que esperar chegar o horário de meio dia (…) Até nas folgas os trabalhadores são prejudicados”.
O sindicalista se mostrou indignado com a situação do trabalhador da empresa MA2, Alberto Hermenegildo Ramos. “Este nosso companheiro é um senhor de idade que trabalha com preocupação para sustentar seus filhos e hoje não tem nada para comer em casa, ele se encontra com fome, isso porque está com mais de um mês que não recebe salário. Enquanto isso os gerentes da empresa ficam enrolando pedindo para retornar no dia seguinte, e com isso já completou mais de um mês”, denunciou o líder sindical Eliel.
Indignação geral
Assim como os profissionais de imprensa, outras pessoas da sociedade ficaram arrasadas ouvindo o triste do sindicalista e do trabalhador. Outro problema é para que a empresa não demita o pai de família por está passando pelo sofrimento. A denuncia sobre o trabalho de semi-escravidão do trabalhadores na área de limpeza em Juazeiro causou indignação geral por parte dos ouvintes do programa. Ainda segundo informações repassada pelo comunicador Waltermário Pimentel, “o trabalhador Alberto Hermenegildo recebeu calote das quatro empresas que passaram antes da MA2”. O sindicalista reforçou a denuncia. “São quase todos os trabalhadores, a única exceção é a empresa Vale Norte, pois esta empresa honra com seus compromissos com os trabalhadores, mas o pessoal do serviço de varrição está sofrendo”.
Desabafo
Uma ouvinte que se identificou pelo pré-nome de Juscileide fez um desabafo dramático sobre a situação. “Estou aqui me acabando de chorar com dó desse povo. Rapaz, é difícil escutar tudo isso e não ter condições de ajudar (…) Prefeito esse povo te deu o poder e você trata desta maneira, cuidado meu povo, caixão não tem gaveta e mortalha não tem bolso, vocês da prefeitura vão pagar por isso tudo que estão fazendo. Eu sou trabalhadora rural, já sofri muito, mas nunca cheguei a este ponto, é melhor tá na roça do que passar necessidade pelejando com esses animais, os capitães do mato. Vocês vão pagar por isso tudo”.
“O sistema daqui de Juazeiro é muito perverso, tem trabalhador que não tem nem a bota para trabalhar. Como é que um cara ganha a licitação na Prefeitura de Juazeiro, não paga os trabalhadores deixando eles mendigarem, isso é trabalho escravo autoridades de Juazeiro”, lamentou Waltermário Pimentel.
Com a palavra a direção da empresa citada e a Prefeitura Municipal.
Ação Popular
Postar um comentário