Conta a história que a Vila do Juazeiro foi formada por índios e tropeiros. Logo apareceu a figura comum no sertão da hoje Região Nordeste: o vaqueiro, trabalhador das caatingas, que faz o serviço duro de pegar o gado por dentro da mata espinhosa. Tem uma importância tão grande que na Praça Ivo Braga, também conhecida como Praça do Boi, no centro da cidade, tem um mural desenhado com o vaqueiro sobre um cavalo, laçando um boi.
Há seis anos, a cidade voltou a celebrar este personagem, provocada por uma gama de praticantes de vaquejada, admiradores da vaqueirama. Em Juazeiro, há todo um circuito de vaquejadas, corridas de argolinhas e missas dos vaqueiros espalhadas pelos 9 distritos da cidade. No último fim de semana, de 29 a 30 de setembro, aconteceu a 6ª edição da Festa e Missa dos Vaqueiros, uma parceria da Federação de Vaquejada e Desenvolvimento Cultural Baiano (Fevaba) com a Prefeitura e da Bahiatursa.
A Festa seguiu à risca o que é comum nestes eventos: café da manhã aos vaqueiros, desfile em cavalgada pelas ruas da cidade, aboios, Missa do Vaqueiro e shows musicais. Para o presidente da Fevaba, Adilson Souza, é momento de comemorar. “A Federação, o município e os vaqueiros só tem a se orgulhar. Para mim é uma satisfação promover esta festa, esta cultura que tem crescido, tem sido revivida. Tudo aconteceu como o planejado. Recebemos caravanas de vaqueiros de cidades vizinhas. Esperamos que a edição de 2018 seja ainda melhor e envolva mais pessoas da cidade”, declarou.
Para o prefeito Paulo Bomfim a intenção da prefeitura é fortalecer estes eventos. “Nós não podemos deixar que a nossa história, nossa cultura se acabe. Agradeço a toda vaqueirama que esteve presente, os visitantes das cidades circunvizinhas. Agradeço também ao povo de Juazeiro que recepcionou aos vaqueiros e visitantes com a sua hospitalidade peculiar. Ano que vem será ainda melhor”, assegurou o prefeito.
O assessor de Planejamento e Parcerias Estratégicas, Isaac Carvalho, ex-prefeito, que é bastante conhecido por também ser vaqueiro, e retomou a valorização das tradições do município e do Nordeste em Juazeiro, parabenizou o prefeito pela continuidade no apoio ao evento. “É um momento de integração, de valorização da nossa cultura. Tenho muito orgulho de fazer parte deste segmento, de gostar do esporte vaquejada. Eu me sinto entre amigos: de Juazeiro, Curaçá, Casa nova, Sobradinho e diversas outras cidades vizinhas. E também parabenizo a Federação pela persistência em realizar este evento”, disse Isaac Carvalho.
“Eu gostei. Tem melhorado a cada ano. Não podemos perder esta tradição”, finalizou com ênfase, o vaqueiro Nilson Sacrabetó, que também promove a Missa do Vaqueiro em sua comunidade no Salitre, e ficou feliz em ver mantida a tradição de celebrar um dos fundadores do que hoje é o município de Juazeiro-BA