Ninguém percebeu que João Gomes não falava sobre estilo e sim bem estar?


Morar em uma casa de roça, no interior do Nordeste, vai muito além de um endereço: é uma experiência de bem-estar, pertencimento e identidade. É acordar com o som do vento, do galo cantando, sentir o cheiro da terra molhada, ter sombra, varanda, quintal e tempo. Um modo de viver que acalma o corpo e organiza a mente.

Recentemente, o cantor João Gomes trouxe esse tema à tona ao falar sobre a casa que decidiu construir, uma casa simples, com essência nordestina, em uma área considerada nobre, onde ninguém quis assumir o projeto por ela “não seguir o padrão”. O relato virou debate nacional porque escancarou algo profundo: muitas construções modernas perderam a alma e passaram a ignorar quem realmente vai habitar aquele espaço.

É aí que entra a psicoarquitetura, que mostra como ambientes sem identidade, pensados apenas para status ou aparência, podem gerar ansiedade, estresse e sensação de não pertencimento. Já casas que respeitam a cultura, a memória afetiva e o modo de viver das pessoas promovem conforto emocional, acolhimento e saúde.

A casa de interior nordestino ensina isso com simplicidade: paredes que contam histórias, espaços feitos para conversar, cozinhar juntos, descansar. Não é sobre luxo, é sobre sentir-se em casa.

Casas brasileiras precisam voltar a refletir quem somos. Ter alma, afeto, história e identidade também é cuidar da saúde mental e do bem-estar. Porque, no fim das contas, morar bem é morar onde o coração descansa.


Lailson Silva

Blog Vale em Foco

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