Uso de canetas emagrecedoras cresce no fim do ano, mas não resolve a raiz do problema, alerta nutricionista


Com a proximidade do verão, das festas de fim de ano e da expectativa para o Carnaval, cresce a procura por medicações injetáveis para perda de peso, conhecidas como canetas emagrecedoras. Entre pessoas com sobrepeso e obesidade, o uso dessas substâncias se intensificou ao longo de 2024. Mas, segundo a nutricionista Polli Guerra, apesar de ajudarem a reduzir medidas, essas medicações não tratam a causa do ganho de peso.

Polli explica que muitos pacientes já começam a enfrentar um fenômeno comum: a adaptação do corpo à dose. “Os pacientes que estão tomando as incretinas avançaram na dosagem porque o corpo se adaptou. A mesma quantidade já não promove o mesmo emagrecimento”, afirma a nutricionista. Ela acrescenta que muitos, por questões financeiras, não conseguem manter o tratamento contínuo e acabam voltando a ganhar peso.

Segundo Polli, isso acontece porque o medicamento atua no sintoma, que é a fome, mas não corrige o comportamento alimentar que levou ao quadro de obesidade. “O cérebro do obeso funciona de forma diferente do cérebro de alguém que nunca foi obeso. Por isso a consulta nutricional é fundamental. É nela que conseguimos trabalhar a mudança de estilo de vida enquanto a medicação faz o seu papel”, explica.

Durante o período em que o remédio reduz o apetite, muitas pessoas acabam comendo pouco e, com medo de engordar novamente, não sabem o que escolher quando sentem fome. “Esse é o momento estratégico para ajustar a alimentação. Ensinar o paciente a priorizar proteínas, usar aminoácidos, incluir whey, fazer exercícios de força e aprender a montar o próprio prato. Ele precisa saber exatamente o que comer, porque quando parar a medicação deve estar adaptado a esse novo estilo de vida”, afirma Polli.

A nutricionista reforça que, seja para quem está prestes a iniciar o tratamento ou para quem já utiliza as canetas há meses, o recado é o mesmo: “A medicação vai te emagrecer, mas não vai resolver o problema sozinha. Se o comportamento não mudar, o peso volta.”

Com a chegada do verão, Polli Guerra lembra que ainda há tempo para buscar acompanhamento profissional e iniciar mudanças reais, não apenas resultados rápidos. “A canetinha pode ajudar, mas quem transforma sua saúde é você.”

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