A comunidade médica de
Petrolina, Juazeiro e região, está celebrando o sucesso de uma cirurgia
cerebral de alta complexidade com paciente acordado (Awake Surgery), que exigiu
controle rigoroso de sangramento por se tratar de um enfermo Testemunha de
Jeová. Apesar da complexidade do caso, o paciente apresentou excelente
recuperação no pós-operatório, preservando plenamente a fala e sem
intercorrências clínicas.
Realizado na última semana no
Hospital Neurocárdio, por uma equipe médica formada pelos neurocirurgiões Allan
França e Vinícius Ramalho, este procedimento somente é possível em centros
neurológicos de excelência. Durante a ressecção, o paciente é estimulado com
testes que avaliam sua fala, compreensão e nomeação, permitindo que os
cirurgiões removam o tumor com segurança, sem comprometer funções essenciais.
Com anestesia conduzida pelo
médico Tomás Vitor Barros, a cirurgia exigiu planejamento minucioso, não apenas
por estar em uma área funcional crítica, mas também por envolver um paciente
Testemunha de Jeová. Por motivos religiosos, esses pacientes não aceitam
transfusões sanguíneas, o que impõe um desafio adicional à equipe cirúrgica.
“Foi essencial termos um controle rigoroso do sangramento e utilizarmos
técnicas que minimizam perdas sanguíneas, além de todo o preparo prévio para
otimizar a segurança do procedimento”, explica Allan França.
O sucesso do caso também contou
com o trabalho integrado de uma equipe multiprofissional. A enfermeira Rayanne
Coelho, responsável pela organização dos exames pré-operatórios e pela condução
dos testes de linguagem, teve papel essencial na etapa de planejamento. Sua
atuação permitiu que os neurocirurgiões traçassem uma estratégia precisa para a
cirurgia.
Este procedimento reafirma o
potencial da medicina realizada no Vale do São Francisco e destaca a excelência
da equipe médica envolvida. “Aqui na região temos tecnologia de ponta para
neurocirurgias complexas, mas o que faz a diferença é a preparação, a
experiência e o trabalho em equipe. E isso temos de sobra por aqui”, conclui
Vinícius Ramalho.
Postar um comentário