Projeto “Inclusão Social da Pessoa Idosa”, da Wyden, existe há mais 15 anos com atividades gratuitas
A
saúde mental, inclusão e afetividade da pessoa idosa são pilares que envolvem diversos
aspectos sociais. Estimular ambientes que favoreçam trocas, aprendizados,
práticas educativas e integrativas é algo que precisa estar no farol contínuo
de uma sociedade que aponta para o crescimento dessa população. Dados recentes
do estudo “Projeções de População do IBGE” trazem o seguinte cenário: de 2000
para 2023, a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) no país quase
duplicou, já que saiu de 8,7% para 15,6%. Isso significa visualizar que o total
de idosos passou de 15,2 milhões para 33,0 milhões nesse intervalo de tempo. A
projeção também aponta que em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão
idosos (correspondente a 75,3 milhões).
Os
números e projeções endossam reflexões importantes quanto ao desenvolvimento
efetivo de ações que garantam bem-estar integral da pessoa idosa, inclusive no
que diz respeito à saúde mental. Por isso, incluir diferentes atores sociais é
fundamental para caminhar em prol de mais qualidade de vida para esse público.
Incentivar profissionais da saúde mental a reforçarem essa atenção é um passo
significativo. Nesse sentido, Diogo Vaz, aluno do 5° período do curso de
Psicologia da Wyden, integra o projeto “Inclusão Social da Pessoa Idosa”,
realizado pela rede de ensino. O estudante reconhece os benefícios que a
prática integrativa tem para sua formação enquanto pessoa, profissional e,
principalmente, os ganhos positivos para a vida dos contemplados.
Embora
já tenha participado de outras iniciativas que tivessem pessoas idosas
incluídas, é a primeira vez que ele tem uma atuação tão direcionada. Diogo, com
seu grupo de alunos e docentes, tem um dia na semana para envolver os idosos
nas práticas que estimulam o bem-estar mental. “Eles passam a ter mais
conhecimento sobre saúde mental, sua importância e aplicam na sua rotina.
Levamos estratégias para que possam lidar com esses problemas no dia a dia”,
observa. Com relação à responsabilidade e compromisso com o ser humano, Diogo
também compartilha que “o dramaturgo Molière diz que ‘não somos responsáveis
apenas pelo que fazemos, mas também pelo que deixamos de fazer’. Sabemos que
não é algo em absoluto, mas nos faz refletir que se eles (idosos) não estão
incluídos na sociedade, é, sim, uma responsabilidade nossa”, instiga a pensar.
Francisco
Neto, professor da disciplina de estágio supervisionado básico II do curso de
Psicologia, conta que os alunos aplicam seus conhecimentos teóricos, na
prática, sempre sob orientação. Realizam escutas, rodas de conversa e
intervenções psicoeducativas. “Essas atividades contribuem significativamente
para a formação, proporcionando experiência prática, desenvolvimento de
habilidades interpessoais e aprimoramento da escuta. Além disso, permitem que
compreendam a importância da atuação do psicólogo em contextos comunitários e
desenvolvam um olhar mais sensível para a realidade social”, ressalta.
Certamente, “o impacto para a saúde dos idosos é bastante positivo. Observamos
melhora na qualidade de vida, redução de sintomas de ansiedade e depressão,
fortalecimento de vínculos sociais, entre outros”, expressa.
Atividades
integrativas e dinâmicas geram benefícios ao cérebro
A
dinamicidade, estímulos diversificados e olhar atento às demandas da população
idosa contribuem bastante para os aspectos cognitivos e neurológicos, sobretudo
nessa fase da vida. De acordo com o neurologista do Instituto de Educação
Médica (IDOMED), em Teresina, Leonardo Halley, as atividades realizadas pelo
projeto “ajudam a manter o cérebro ativo, estimulando a memória, o raciocínio
lógico e a criatividade. Jogos, leituras, oficinas de arte, música e exercícios
físicos reduzem o declínio cognitivo, fortalecem conexões neurais e promovem a
neuroplasticidade”, pontua. Além disso, complementa que “atividades sociais
aumentam a autoestima e diminuem a solidão, fatores que impactam positivamente
a saúde mental”, afirma.
Isso
porque essas práticas estimulantes podem ser associadas a tratamentos para
depressão, ansiedade e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
“Essas atividades promovem bem-estar emocional, melhoram a coordenação motora e
incentivam a socialização. Sem contar que manter a mente ativa pode retardar o
avanço de doenças cognitivas e melhorar a qualidade de vida”, endossa o médico
neurologista.
Quem
comprova isso é Margarida Fonteles, 95 anos, que já integra o projeto há 6 anos
e segue muito participativa em toda a programação desenvolvida pelas equipes.
Muito satisfeita, destaca que “tenho esses alunos e professores que dão aula
para nós e isso nos ajuda bastante, nos renova”, conta. Ela ressalta que, no
dia a dia, lê, faz cruzadas e crochê
para
manter a mente ativa. Sobre os encontros, compartilha que “continuará no
Projeto até o dia que Deus me chamar”.
Projeto
de Inclusão Social da Pessoa Idosa
Há
mais de 15 anos, o projeto “Inclusão Social da Pessoa” é realizado
gratuitamente com pessoas de 60 anos ou mais. Em 2025, 40 pessoas são
contempladas com a iniciativa, que desenvolve atividades físicas, cognitivas,
psicológicas, nutricionais, entre outras, com o objetivo de permitir
sociabilidades e afetividades para esse público. A ação reitera o compromisso
social e humano da Wyden. Os encontros acontecem 3 vezes na semana (terça,
quinta e sexta-feira), semestralmente, e funcionam como espaços de acolhimento,
estímulo e inclusão. “É muito gratificante realizar a ação. Temos a preocupação
de englobar vários assuntos e oportunizar bem-estar aos nossos idosos”,
finaliza Berenice Silva, coordenadora do Projeto.
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