Campanha Abril Azul destaca a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a relevância do apoio especializado
No
dia 2 de abril, o mundo volta os olhos para a conscientização sobre o
Transtorno do Espectro Autista (TEA), uma condição neurológica que afeta o
desenvolvimento cognitivo e comportamental de milhões de pessoas.
Estabelecida
pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007, essa data tem como objetivo
disseminar informações, combater preconceitos e promover maior inclusão na
sociedade. Para reforçar essa causa, a campanha Abril Azul é realizada ao longo
do mês, buscando ampliar o debate sobre os desafios enfrentados por pessoas
autistas e suas famílias.
O
TEA se manifesta de diferentes formas e graus, impactando habilidades de
comunicação, interação social e comportamento. Apesar dos avanços científicos,
o diagnóstico do autismo ainda representa um desafio. Para identificar o TEA,
são utilizados critérios clínicos baseados na observação do comportamento e na
aplicação e avaliação de instrumentos padronizados, quando necessários.
Esses
métodos avaliam aspectos como comunicação, interação social e padrões
repetitivos de comportamento, auxiliando os profissionais na confirmação do
transtorno. Não há um exame laboratorial específico para identificar o TEA; a
avaliação depende de uma análise detalhada do histórico e do comportamento do
paciente por uma equipe multiprofissional, processo que pode levar meses ou até
anos.
Para
as famílias, receber o diagnóstico de autismo pode gerar diversas emoções,
desde incerteza até alívio por compreender melhor as necessidades da criança.
Especialistas reforçam que o acompanhamento psicológico é essencial tanto para
a pessoa diagnosticada quanto para seus familiares, auxiliando na compreensão
das particularidades do TEA e na construção de estratégias de acolhimento e desenvolvimento.
Marcela
Lopes de Almeida, médica neuropediatra e docente no IDOMED (Instituto de
Educação Médica), destaca a importância da detecção precoce e do suporte
profissional. "Um diagnóstico bem estruturado permite que a intervenção
ocorra o quanto antes,
aumentando
as chances de um desenvolvimento mais equilibrado para a criança autista. A
atuação conjunta dos pais e familiares, médicos, psicólogos e terapeutas é
essencial para garantir um melhor prognóstico", explica Marcela.
Acompanhamento
psicológico e multidisciplinar é essencial para famílias e indivíduos com TEA
Segundo
o psicólogo e docente de Psicologia na Wyden, Fabrício Otoboni, o suporte
emocional é uma etapa fundamental no processo de aceitação e adaptação ao
diagnóstico. "O impacto da confirmação do TEA em uma família pode ser
profundo. O apoio psicológico auxilia na compreensão das necessidades do
indivíduo e ajuda os pais a lidarem com suas próprias emoções, criando um
ambiente mais acolhedor para todos", destaca Otoboni.
O
especialista ressalta ainda que a terapia psicológica pode ser decisiva na
construção da autonomia e bem-estar de pessoas autistas. "Com um
acompanhamento adequado, é possível desenvolver estratégias que favorecem a
qualidade de vida e a inclusão social do indivíduo, respeitando sempre suas
particularidades e potencialidades", completa.
Além
do acompanhamento psicológico, é fundamental que o tratamento envolva terapias
ocupacionais, fonoaudiologia e, em alguns casos, suporte médico especializado.
Esse conjunto de abordagens garante um desenvolvimento mais completo e um maior
bem-estar para a pessoa autista e sua família.
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