Depois de 12 anos de dedicação, cuidado
e monitoramento, o Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga
(Cemafauna) e a ONG Animallia Ambiental celebram, nesta semana, um marco
histórico na conservação da fauna brasileira: a reintrodução bem-sucedida de um
grupo de bugios-pretos (Alouatta caraya) na Área de Proteção Ambiental
(APA) Boqueirão da Onça, na cidade de Campo Formoso na Bahia.
A história começou em 2012, quando uma
fêmea foi resgatada pela Fiscalização Preventiva Integrada (FPI-BA) e
encaminhada ao Cemafauna, localizado no Campus de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). No ano seguinte, um
macho também chegou ao centro, após ter sido resgatado de um ataque de cães.
Juntos, eles deram origem a uma prole que cresceu sob os cuidados
especializados da equipe do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais
Silvestres (CETAS) do Cemafauna, resultando em um grupo familiar preparado para
retornar à natureza. A soltura será feita de maneira branda, garantindo que os
animais tenham tempo para se aclimatar ao novo ambiente antes de ganharem a
liberdade definitiva.
A escolha da APA Boqueirão da Onça foi
estratégica, uma vez que a região preserva importantes fragmentos de vegetação
da Caatinga, essenciais para a sobrevivência da espécie. “O sucesso deste
projeto foi possível graças à liderança do Cemafauna, que desde o início foi o
principal responsável pelo tratamento, reabilitação e bem-estar dos
bugios-pretos. A estrutura do nosso CETAS permitiu que os indivíduos fossem
acompanhados por veterinários e biólogos altamente capacitados, garantindo a
saúde e o desenvolvimento adequado dos primatas. Ao longo dos anos, a equipe
implementou protocolos rigorosos de manejo, alimentação e comportamento social,
preparando os animais para a vida livre”, destacou o coordenador do Cemafauna,
professor Luiz Cezar Pereira.
Ainda segundo o coordenador Luiz Cezar,
a Animallia Ambiental, por sua vez, teve um papel fundamental na fase de
reintrodução, garantindo que o processo de soltura fosse conduzido com técnicas
de monitoramento avançadas. “A instituição também foi responsável por
articulações com órgãos ambientais e apoio na educação ambiental das
comunidades locais, promovendo a conscientização sobre a importância da
conservação dos primatas na Caatinga.” A reintrodução dos bugios-pretos também
contou com o suporte de diversas instituições comprometidas com a causa ambiental.
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), o Núcleo de
Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA), o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Polícia Rodoviária Federal da Bahia
(PRF-BA), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA) estiveram envolvidos na concretização desse grande feito.
Texto: Jaquelyne Costa Assessora
de Comunicação do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga
(Cemafauna), do Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (NEMA) e do Centro
de Estudos em Biologia Vegetal (CEBIVE) - Univasf Fotos: Jaquelyne Costa/
Marcus Antonius (Animallia
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