A
produção de pitaya em Juazeiro, no sertão baiano, está vivendo um período de
expansão. A produtividade ganhou força no ano passado, quando a Central de
Abastecimento (Ceasa) da região passou a registrar dias de alto volume, com
datas marcadas pela comercialização de até 100 caixas de pitayas, com 20 quilos
cada.
Em 2024 – quando a Autarquia Municipal de
Abastecimento (AMA) passou a incluir a fruta em seus registros oficiais –, foi
contabilizada uma média de 3 mil quilos de pitaya vendidos por mês. Já neste
ano, até fevereiro, o número subiu para 5.500 quilos mensais. A expectativa é
de que a produção aumente ainda mais.
De acordo com o engenheiro agrônomo da AMA,
Luciano Monteiro, até 2023, a fruta era cultivada em pequenas quantidades na
região. No entanto, desde janeiro do ano passado, a entidade tem visto o volume
da produção crescer, embora ainda seja pequeno em comparação com outros
cultivos.
O preço médio do quilo da fruta em Juazeiro
varia de R$15,00 a R$20,00. Além disso, a maior parte das unidades vai para os
mercados locais. No entanto, os produtos também são encaminhados para todos os
nove estados do Nordeste, além de regiões como Tocantins.
Segundo Monteiro, a produção tem aumentado em
razão da maior busca por parte dos consumidores. Parte disso, de acordo com o
especialista, se deve à ampliação do acesso às informações sobre a fruta, que
tem chamado a atenção pelo sabor e boas taxas de vitaminas.
Outro fator que contribui para isso é o fato
de que, até então, a também chamada “fruta-dragão” só era produzida em épocas
específicas do ano. No entanto, com novas tecnologias trazidas de outros
países, os produtores passaram a conseguir colher o ano inteiro. Entre eles,
está Francisco Granja, que tem estudado novas técnicas vindas do Vietnã.
O
agricultor planta pitaya há cinco anos e, atualmente, comercializa a fruta no
Mercado do Produtor de Juazeiro. Com uma lavoura cercada por cerca de três mil
pés da fruta, ele explica que, no começo, enfrentou desafios, pois poucas
pessoas estavam interessadas no produto.
Hoje, ele planeja dobrar o tamanho da
produção. “A cada dia, a procura aumenta. Por isso, me arrependo de ter
plantado poucos pés. Mas, agora, estou querendo retirar uma área onde planto
uva e substituir pela pitaya”, comentou.
Segundo o produtor, a cultura se adapta bem ao
solo e clima da região. Além disso, é de fácil manejo e de produção
sustentável, não se fazendo necessário o uso de agrotóxicos em suas plantações.
Vale destacar que o aumento da produção também
se reflete no preço da fruta. Se antes ela chegava a custar R$40,00 por quilo,
agora, o valor caiu para mais da metade. Por isso, o permissionário do Ceasa,
Antônio Ceará, tem previsões positivas: “Com a produção na região crescendo, no
futuro ela ficará ainda mais barata”, ressalta.
Antônio,
que vende diversas variedades de frutas, destaca que a pitaya é a terceira mais
procurada pelos seus clientes atualmente, perdendo apenas para manga e melão.
Ele relata que já chegou a vender até três mil quilos do produto em 15 dias.
Não à toa, o comércio lhe rendeu o apelido de “Tony Pitaya”. Entusiasmado, ele
destaca: “É um produto extraordinário e que chegou no mercado para ficar.”
A fruta
Chamada de “fruta-dragão”, a pitaya é rica nas
vitaminas B1, B2, B3, C e diversos minerais, como o ferro, cálcio e fósforo. De
acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Cerrados, a
produção está concentrada nas regiões Sudeste e Sul, com mais de 80% da
produção brasileira.
Ainda segundo a instituição, em 2021, o custo
de implantação de 1 hectare de pitaya era próximo de R$60 mil. O retorno desse
investimento e um bom lucro podem ser obtidos a partir do terceiro ano, diz a
Embrapa. Também, a maior rentabilidade está relacionada à produtividade do
pomar, qualidade dos frutos e melhor preço obtido na comercialização.
Ascom PMJ
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