O exame detecta malformações nos dedos grandes dos pés, uma doença
genética rara e sem cura que afeta aproximadamente 1 em cada 2 milhões de
pessoas.
Tornou-se obrigatório no Brasil, em todas as unidades de saúde
públicas e privadas do país, a realização do exame clínico específico para
detecção precoce da Fibrodisplasia Ossificante Progressiva (FOP) em
recém-nascidos. O exame detecta malformações nos dedos grandes dos pés, uma
doença genética rara que afeta aproximadamente 1 em cada 2 milhões de pessoas.
A pediatra e docente do Instituto de Educação Médica (Idomed), Eucilene Kassya,
explica que a doença é caracterizada pela formação de ossos em locais onde
normalmente não deveriam existir, como músculos, tendões e ligamentos,
restringindo movimentos e levando à perda progressiva da mobilidade.
“A malformação dos dedos grandes dos pés é uma das primeiras e
mais visíveis manifestações da FOP. Essa característica é identificável já ao
nascimento, permitindo que os profissionais de saúde possam diagnosticar para
alertar os pais e iniciar o acompanhamento médico imediatamente. O médico faz a
inspeção visual e palpação para identificar essa malformação. Também pode ser
necessária uma radiografia para confirmar as alterações ósseas”, explica,
acrescentando que o diagnóstico precoce é essencial para minimizar os impactos
da condição.
Ainda segundo a pediatra, o processo de ossificação progressiva é
permanente e não tem cura, sendo necessário ao paciente com o diagnóstico um
acompanhamento multidisciplinar com fisioterapia adaptada, manejo da dor e
monitoramento das funções respiratórias.
Avanço
A implementação do exame representa mais do que um avanço na saúde
pública. É um sinal de que a sociedade está caminhando para um cuidado mais
humanizado e inclusivo, especialmente para as pessoas que vivem com doenças
raras. A pediatra Dra. Eucilene Kassya também destacou a relevância da medida:
“O exame traz mais segurança para as famílias e auxilia nós, profissionais de
saúde, a tomarmos decisões mais acertadas desde o início. Trata-se de um grande
avanço para a saúde neonatal”.
Postar um comentário