Reajuste do ICMS será aplicado em todo o país. A alta, no
entanto, não resolve o problema da defasagem, colocando mais aumentos no radar
A partir de
1º de fevereiro, os motoristas terão que gastar mais para encher o tanque. Isso
porque o valor da gasolina, do etanol e do diesel subirá nos postos porque o
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre
combustíveis sofrerá um reajuste em 1º de fevereiro.
A alíquota da gasolina e do etanol aumentará
em R$ 0,10 por litro, passando para R$ 1,47. Já o diesel e o biodiesel
terão um acréscimo de R$ 0,06 por litro, para R$ 1,12. A mudança nos impostos
será aplicada em todos os estados e aumenta as preocupações com a inflação. A
alta dos preços dos combustíveis tende a gerar um efeito cascata na pandemia,
já que o custo do transporte é embutido no preço de produtos e serviços. No ano
passado, por exemplo, a gasolina foi o subitem que mais teve peso no IPCA
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo), e acumulou alta de 9,7%. Em 2024, a
inflação estourou o teto da meta. Com a inflação fora desse limite, o Banco Central age
com taxas de juros mais altas, o que gera um efeito de desaceleração na
economia.
O Comsefaz
(Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos
Estados e do Distrito Federal) explicou o reajuste no ICMS é uma medida para garantir
um sistema fiscal equilibrado, alinhado às flutuações do mercado e promovendo
uma tributação mais justa.
Defasagem
Embora a
Petrobras não siga mais o Preço de Paridade Internacional (PPI), mantendo certa
autonomia em relação ao mercado global, as defasagens nos preços domésticos são
significativas. De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de
Combustíveis (Abicom), a diferença entre o preço praticado pela Petrobras e o
valor no mercado internacional chega a 85 centavos por litro no diesel (24%) e
a 37 centavos na gasolina (13%).
Segundo a
entidade, os reajustes devem ser aplicados, de forma a dar maior segurança para
a importação dos volumes necessários para completar o atendimento das demandas,
bem como para não prejudicar as precificações dos produtos dos produtores
privados.
O último
reajuste na gasolina ocorreu em julho do ano passado. Segundo a Genial
Investimentos, o preço médio nas refinarias da Petrobras permaneceu em 3,05
reais por litro para a gasolina e 3,68 reais para o diesel desde então.
Esse cenário
de descompasso entre os preços praticados internamente e a realidade
internacional também afeta os resultados da Petrobras. O segmento de refino,
transporte e comercialização (RTC), responsável por 10% a 14% do Ebitda da
empresa, enfrenta margens mais apertadas devido à manutenção de preços abaixo
do mercado global.
O preço dos
combustíveis já vem sendo pressionado pela valorização do dólar, que
recentemente ultrapassou a marca de 6 reais. O aumento no ICMS sobre gasolina,
etanol, diesel e biodiesel adiciona uma nova camada de pressão, tornando
inevitável o repasse aos consumidores nas bombas. O problema é que elevações no
preço dos combustíveis têm um efeito cascata sobre a economia, impactando
diversos setores e contribuindo para o aumento generalizado da inflação.
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