Foto: Carlos Lira Psicanalista |
Por Emaísa Lima
Existe uma frase da ex-CEO ̶ a sigla
em inglês para Chief Executive Officer, cargo equivalente a Diretor Executivo ̶ do Magazine Luiza,
Luiza Trajano, na
qual ela diz “A vida profissional é como uma escada. Você pode subir rápido,
mas não pode pular degraus.”; partindo dela, nós queríamos te questionar: Suas
metas profissionais foram cumpridas em 2024? Ou ainda nem saíram do papel?
Partindo desse ponto, para vos ajudar, até a virar a chave,
dentro da sua profissão, ou até em toda a sua vida pessoal, que nós, do Papo
Diário, convidamos o Oficial da Reserva
Remunerada da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), onde atuou por 36 anos, e,
atualmente, há 10 anos de atuação dentro da Saúde Mental, tendo também
participado de cerca de vinte outros cursos nessa área, o Psicanalista, Antônio
Carlos Tavares Lira, mais conhecido como, Carlos Lira.
O especialista além de fazer os seus atendimentos individuais,
desde a pandemia, iniciou um grupo terapêutico on-line, e
totalmente gratuito, para ajudar as pessoas que estavam necessitando de
tratamento psíquico. E a cerca de um ano lançou um livro, o qual contém lições
de chefia e liderança, intitulado, “Combatendo o Bom Combate", baseado em
suas experiências e cursos profissionais oriundos das vivências de sua vida
profissional. Siga-o nas redes sociais @carloslira.psicanalista.
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[PAPO DIÁRIO: PD] Como os nossos leitores podem encontrar um bom
mentor de vida? Quais as características que precisam ser buscadas?
[CARLOS LIRA: CL] Um bom Mentor de Vida deve ser alguém não
apenas com conhecimentos teóricos mas, principalmente, com uma trajetória
exitosa, tanto no aspecto profissional, quanto pessoal. Alguém que tenha o
necessário cabedal de conhecimentos e experiência prática. Alguém cujo êxito
possa ser avaliado pelos resultados obtidos. Alguém que tenha serviços
prestados, na vida pública e/ou privada.
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[PD] O questionamento que não quer calar: Quais são as melhores
perguntas para fazer na hora de alguém decidir o seu futuro profissional,
pessoal e financeiro?
[CL] As melhores perguntas são as seguintes:
a. Será
que me sentirei realizado (a) nessa profissão?
b. Quais
conhecimentos devo obter e quais habilidades preciso desenvolver para ser bem
sucedido(a)?
c. A profissão
que almejo ainda será relevante quando chegar o tempo de me formar?
d. Além do
retorno financeiro, essa profissão me dará oportunidade de ajudar outras
pessoas?
e. Estou
disposto(a) a dar o melhor de mim nessa atividade em que almejo trabalhar?
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[PD] Podemos afirmar que o processo feito pelo mentor de
vida é igual para todos?
[CL] Em termos de lhes dar a mesma oportunidade, sim. Mas as
pessoas não são iguais, cada uma tem seus valores, sua visão de mundo, seus
desafios, suas limitações e potencialidades e, por isso, precisam de motivações
específicas, cada uma diferentemente das outras.
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[PD] Qual a importância
do uso das redes sociais dentro do âmbito e da vivência profissional, pessoal e
financeira?
[CL] As redes
sociais são importantes, tanto para fornecer informações sobre todas as áreas
de atividade que se pretenda exercer e como ter acesso a elas, quanto para
demonstrar quais são as pessoas em quem se pode espelhar para obter o sucesso
desejado.
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[PD] Se o
intuito da mentoria é que a pessoa compartilhe o que sabe e as suas vivências,
nos explique, por favor, o que fazer quando o envolvido não sabe do que gosta,
daquilo que deseja ou almeja?
[CL] Geralmente a
indecisão ocorre com as pessoas que ainda não descobriram sua vocação e suas
melhores habilidades, ou em que áreas elas poderiam obter mais sucesso.
Um teste vocacional seria um
bom ponto de partida. Paralelamente, deve procurar obter o máximo possível de
informações sobre as áreas em que tenha mais chance de sucesso e, ainda, buscar
na terapia o fortalecimento do seu EGO para que possa tomar a melhor decisão
com a segurança necessária e, em todos esses aspectos, contar com o
acompanhamento de um Mentor de Vida, para ajudá-la em sua decisão.
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[PD] Sabe-se que as Competências Comportamentais estão
relacionadas a atitude da pessoa que podem ser decisivos para o desempenho das
atividades e quais delas seriam prejudiciais a ele dentro da cultura
organizacional da empresa?
[CL] Podemos dizer que pessoas excessivamente competitivas, mas
sem a necessária ética profissional, são prejudiciais às instituições. Também,
pessoas desagregadoras, ou que não sabem trabalhar em equipe, também aquelas
que têm dificuldade com figuras de autoridade ou, ainda, aquelas que sejam
pessimistas, alarmistas, paranoicas, fantasiosas, ou que não primem pela
verdade, lisura, honestidade, ou que sejam moralmente pouco confiáveis, ou
extremamente medrosas, desconfiadas, emocionalmente instáveis, dentre outros
comportamentos similares.
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[PD] Para quem o medo é pior: Adulto ou Criança ou Jovem?
[CL] Eu não escolheria uma faixa etária para a qual o medo seria
pior, pois em cada uma delas o medo assume formas e importância específicas.
Mas eu poderia dizer que deve-se ter um cuidado especial com o equilíbrio
emocional infantil, pois ele irá influenciar o comportamento do jovem e do
adulto. Tudo começa na infância; a estrutura emocional do jovem e do adulto têm
por base como foi estruturada a personalidade da criança. Então, se a criança
for bem estruturada emocionalmente teremos jovens e adultos também
emocionalmente saudáveis. É por isso que, ao tratar o jovem ou o adulto, a
psicanálise vai em busca daquilo que lhe aconteceu nas fases de desenvolvimento
de sua vida infantil.
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[PD] Com o desenvolvimento, e crescimento, das cidades do Vale
do São Francisco, o senhor, por favor, poderia nos informar sobre como anda –a
busca- os procedimentos para Mentoria de Vidas?
[CL] Cada vez mais as pessoas têm buscado esse tipo de mentoria,
muitas vezes, de uma maneira informal, mas não menos importante, através de
profissionais capacitados para tal.
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[PAPO DIÁRIO: PD] O
senhor pode nos deixar algumas dicas de como podemos melhorar como pessoa para
dar passos novos neste mundo?
[CARLOS LIRA: CL] Posso
sim. Para podermos melhorar como pessoas, devemos nos preparar em nossas três
dimensões: corpo (saúde física), alma (saúde emocional) e espírito (saúde
espiritual, nossa ligação com Deus). Devemos desenvolver um caráter baseado na
moralidade, no amor à verdade, na resiliência e tenacidade, no respeito e amor
ao outro ser humano e à natureza, nos valores familiares e na fé e esperança em
Deus. A fé é a âncora da alma, sem ela nós afundaremos. Não somos apenas corpo
físico, mas somos, também, emoção e espiritualidade e precisamos alimentar
todas essas essências do nosso ser, para podermos viver e agir de forma
assertiva neste mundo. É essencial tratarmos nosso aspecto psicológico, através
da terapia, para podermos ter equilíbrio e força suficientes para enfrentar os
desafios da vida.
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