Após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 e
algumas baixas jurídicas e políticas em 2023, tem se tornado comum ver antigos
aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro na Bahia, se alinhando ao projeto do
lulopetismo.
Em Barreiras, oeste baiano, o povo tem torcido a cara
quando o assunto é a suposta filiação do outrora bolsonarista de carteirinha, o
ex-deputado federal Tito, no PT de Barreiras. Há quem diga que é puro
oportunismo eleitoral, já que Tito quer ser pré-candidato à prefeitura
barreirense em 2024 e o PT, do governador Jerônimo Rodrigues, precisa de um
candidato com voto na região, já que o partido do presidente Lula não é forte
de votação no Oeste – onde Bolsonaro reinou nas duas últimas eleições
presidenciais.
Em Feira de Santana, a “Princesinha do Sertão”, a
ex-deputada federal Dayane Pimentel (União Brasil) aceitou um posto no governo
federal. Antiga apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Pimentel foi
designada para desempenhar o papel de coordenadora do Nordeste na Embratur, a
agência de promoção do turismo vinculada ao Ministério do Turismo, que é
comandado pelo colega de sigla da ex-parlamentar, Celso Sabino.
Em Juazeiro, norte do estado, o coronel Anselmo Bispo,
que foi candidato a prefeito nas eleições de 2020, e terminou em 3º lugar, com
quase 13 mil votos, expressamente com o apoio dos bolsonaristas, tem aparecido
em fotos ao lado dos aliados do PT no estado e no Brasil.
Passada às eleições de 2020, o coronel Anselmo teve uma
passagem relâmpago como superintendente da Codevasf em Juazeiro, quando
de fato começou a degringolar todo o seu capital político. Muitos dos seus
apoiadores se sentiram traídos, esquecidos e frustrados. Para alguns a intenção
do coronel era somente garantir um espaço nas hostes do poder.
Nas eleições de 2022, todos esperavam que o coronel
Anselmo Bispo apoiasse para deputado federal o seu companheiro de chapa em
2022, o cantor e compositor Targino Gondim, mas o apoio foi para o deputado
federal Claúdio Cajado, da velha política (expressão muito usada pelo coronel
Anselmo).
No final de 2023 e início de 2024, surgem fotos do
coronel Anselmo Bispo ao lado do vereador Gleidson Medrado (PSD), uma suposta
filiação do coronel ao PSD, partido da base do PT na Bahia e no Brasil.
Como não há coisa ruim que não fique pior, o coronel
Anselmo Bispo recentemente aparece numa foto ao lado do ex-deputado Pedro
Alcântara (da velha política), com o vereador Gleidson Medrado, e ao fundo, uma
foto na parede do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
É possível que o coronel Anselmo Bispo não tem abandonado
o bolsonarismo, e nem aderido ao petismo, talvez esteja inaugurando em Juazeiro
um novo movimento: o “bolsopetismo”, uma corrente política que transita
em todas as correntes políticas, bem ao estilo da velha política.
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