Com a terceira maior taxa de câncer de colo do
útero do Brasil, registrando 21 casos para cada 100 mil mulheres, atrás apenas
do Amazonas e do Pará, o estado do Maranhão tem duas vezes maior prevalência da
doença quando comparado com a Paraíba, que apresenta a menor taxa do Nordeste.
Doença pode ser prevenida com acesso à vacina contra HPV e exame de
Papanicolau, disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), alerta o Grupo
Brasileiro de Tumores Ginecológico (EVA), criadora da campanha Setembro em
Flor, de conscientização sobre cânceres do aparelho reprodutor feminino
O Estado do Maranhão lidera as estimativas de câncer de colo do útero na região nordeste, com prevalência de 21,71 casos para cada 100 mil mulheres. O número é três vezes superior ao do Rio Grande do Sul, que apresenta a menor taxa no Brasil, com 7,11 casos para cada 100 mil mulheres. Em seguida, está Alagoas com 18,54 casos para cada 100 mil mulheres.
Porém, quando comparado ao câncer de mama, tumor que mais mata as mulheres no Brasil, o Maranhão apresenta uma das menores estimativas do país, com 28,29 casos para cada 100 mil mulheres, na frente inclusive das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Santa Catarina, por exemplo, tem quase três vezes maior prevalência da doença quando comparado com o Maranhão, com 74,79 casos para cada 100 mil mulheres.
NÚMEROS NO BRASIL - As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para cada ano do próximo triênio (2023-2025) apontam para 32 mil novos casos de câncer ginecológico, um dos mais incidentes nas mulheres, sendo que os três órgãos do sistema reprodutor feminino mais acometidos por tumores malignos são os de colo do útero, ovário e corpo do útero (endométrio), que somam 32,1 mil novos casos anuais, o que representa 13,2% de todos os casos de câncer diagnosticados nas brasileiras.
VACINA CONTRA O HPV - O papilomavírus humano (HPV)
é um vírus que pode causar câncer do colo de útero e verrugas genitais. Geram
lesões benignas, pré-invasivas ou invasivas, como o câncer de colo do útero
(responsável por 99,7% dos casos) e outros tipos de câncer de órgãos genitais.
Outro dado aponta que 80% da população sexualmente ativa contrai a infecção
pelo HPV pelo menos uma vez na vida.
Campanha Setembro em Flor - A campanha que marca o mês de conscientização do câncer ginecológico foi criada em 2021 pela oncologista clínica Andréa Paiva Gadêlha Guimarães, diretora do EVA e coordenadora de Advocacy. A ação surgiu de uma carência de conhecimento da população brasileira sobre os tipos de cânceres que acometem o aparelho reprodutor feminino: câncer de colo de útero, ovário, endométrio, vagina e vulva. Durante as atividades, que ocorrem anualmente em setembro, o foco é conscientizar a população feminina sobre os sintomas e formas de prevenção.
Sintomas de tumores ginecológicos
Embora muitos tumores se apresentem de forma
assintomática, principalmente nos estágios iniciais, a maioria se desenvolve
com os seguintes sintomas:
Sangramento vaginal fora do ciclo menstrual;
Sangramento vaginal na menopausa;
Sangramento vaginal após a relação sexual;
Corrimento vaginal incomum;
Dor pélvica;
Dor abdominal;
Dor nas costas;
Dor durante a relação sexual;
Abdômen inchado;
Necessidade frequente de urinar.
Diagnóstico de câncer ginecológico - Em caso de
suspeita de câncer ginecológico, é necessário realizar uma série de exames
minuciosos para definir o histórico correto da paciente e chegar ao diagnóstico
preciso, tais como:
Ultrassom;
Radiografia;
Tomografia computadorizada;
Ressonância magnética;
Tomografia por emissão de pósitrons;
Após esses exames é fundamental que seja feita uma biópsia para confirmar o diagnóstico.
Além disso, é essencial avaliar a natureza do
tumor. O sistema de estadiamento varia, mas geralmente essas neoplasias são
classificadas em quatro níveis diferentes, desde o inicial (Estágio I) até o
mais avançado (Estágio IV).
Referência
1 - Instituto Nacional do Câncer: Estatísticas
2023.
https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/estimativa-2023-incidencia-de-cancer-no-brasil
2 - Neoplasia maligna da mama feminina e colo do
útero (taxas ajustadas) - https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/numeros/estimativa/por-neoplasia-taxas-ajustadas/mama-feminina-colo-utero
3 - Dados e números sobre o câncer de colo de útero
-
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//dados_e_numeros_colo_22marco2023.pdf
Sobre o Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos
(EVA) – O EVA é uma associação sem fins lucrativos, composta em sua maioria por
médicos, que tem como missão o combate ao câncer ginecológico. Seu time,
multiprofissional, atua com foco na educação, pesquisa e prevenção, assim como
promove apoio e acolhimento às pacientes e aos familiares. A idealização e a
organização do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos foram iniciadas pela
oncologista clínica Angélica Nogueira Rodrigues, no Hospital do Câncer II do Instituto
Nacional de Câncer (INCA). A primeira reunião ocorreu em 12 de março de 2010 e
o nome Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos passou a ser utilizado a
partir desta data. A primeira reunião para nacionalização do grupo ocorreu no
Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em 2013, na
cidade de Brasília. O nome EVA foi resultado de uma reunião neste evento e foi
sugerido pela oncologista clínica, coordenadora da área de apoio ao paciente
(advocacy) do grupo, Andréa Paiva Gadelha Guimarães. O ginecologista oncológico
Glauco Baiocchi Neto é o diretor-presidente do EVA na gestão 2023-2024.
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