Uma viúva chega. Ela sofre
de Alzheimer. Seu companheiro de muitas décadas era o único de quem ela sempre
se lembrava.
Amparada
por suas duas filhas, passos frágeis, ela se aproxima da urna funerária. Os
seus olhos semicerrados, boca trêmula. Pára diante do corpo inerte. Há nela a
expressão da dor e o sofrimento. A incredulidade de que ele partiu. Um lágrima
rola e pinga da face.
Uma
cadeira é oferecida. Ela se senta ao lado do corpo sem vida. Silenciosa,
cabisbaixa. Então soa um murmúrio, crescente e forte, agonizante, de dor e de
angústia. Seu amado se foi. Ela permanece ali, sentada. Agora está chorando
baixinho, como quem sente uma lancinante e muito profunda dor. À sua volta
todos se comovem.
Assim
é a dor de vermos partir quem amamos e sabemos que jamais nos veremos
novamente. Assim é a vida. Assim é a morte!
Pastor
Teobaldo Pedro
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