Descoberto
recentemente pela cantora Preta Gil, o câncer colorretal - tumores que atingem
o intestino grosso (o cólon) e o reto -, é o segundo com maior incidência e a
terceira principal causa de morte pela doença no país. No entanto, com os
exames preventivos e o diagnóstico precoce, as chances de cura aumentam
significativamente. Guilherme Roeder, cirurgião oncologista e professor de
Oncologia do Instituto de Educação Médica (IDOMED), explica que o tumor acomete
o segmento final do intestino.
"A
adenocarcinoma nasce na parte interna do colo e do reto. Apesar de ser
prevalente acima dos 65 anos, mais de 90% dos casos ocorrem em indivíduos acima
dos 50 anos. Entretanto, é importante ressaltar que nos últimos 20 anos a
doença duplicou em pacientes entre 45 e 50 anos de idade", destaca o
especialista.
Nas
últimas semanas, Pelé e Roberto Dinamite, dois grandes ídolos do futebol,
perderem a batalha contra o câncer colorretal, que atinge um em cada dez casos
notificados. O oncologista atribui esse aumento de casos a alguns fatores, como
idade, histórico familiar e hábitos de vida - esses podemos intervir, por
exemplo, melhorando alimentação e praticando atividades físicas.
O docente
reforça a importância da realização de exames preventivos. "A chance de
uma pessoa sadia ter câncer é de 5% e, caso a doença seja diagnosticada de
forma precoce, a expectativa de cura passa de 90%”, afirma o professor.
De acordo
com o cirurgião, a alimentação é fundamental na prevenção de tumores nessa
região. “Procure aumentar o consumo de fibras, frutas, verduras, legumes e
líquidos, reduzir o consumo excessivo de carne vermelha, alimentos processados,
enlatados e ricos em gorduras. Crie uma rotina equilibrada, invista em uma
alimentação saudável e pratique atividades físicas regularmente. Cuide-se”,
completa.
Para o
especialista, a doença pode ser silenciosa, porém, com a progressão, podem
surgir sintomas como sangramento nas fezes, dor ao evacuar, mudança de padrão
evacuatório, alteração do hábito intestinal, distensão abdominal e dores. “É
importante que pessoas assintomáticas façam exames como a colonoscopia e
investiguem possíveis lesões percursoras e pólipos, a fim de evitar que se
tornem um câncer. Após o diagnóstico, será necessário realizar o estadiamento:
série de exames de imagem para avaliar a atual situação da doença, se está
limitada no intestino ou atingiu os linfonodos, se possui sinais de metástase”,
diz Roeder.
Os
tratamentos comuns incluem quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos,
cirurgia. A ordem dos procedimentos depende do tamanho, localização e nível de
propagação do câncer no paciente.
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