A
OMS instituiu o dia 12 de novembro como Dia Mundial da Pneumonia para promover
a conscientização da população e prevenção da doença.
Historicamente,
a pneumonia sempre foi causa significativa de morte na população brasileira.
Com o avanço das campanhas de saúde pública, ampla vacinação de crianças contra
agentes causadores dessa doença (Pneumococo, o Haemophilus influenzae) e as
campanhas de vacinação contra influenza e a Covid-19, pelo SUS, houve uma
redução na incidência da pneumonia na população em geral nos últimos anos.
O
Dia Mundial da Pneumonia foi proposto pela OMS - Organização Mundial de Saúde
em 2009, com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância da
prevenção da doença, que ainda continua sendo a principal causa infecciosa de
morte de crianças com até cinco anos de idade.
A
palavra Pneumonia tem origem grega e significa inflamação dos pulmões. Para a
medicina, trata-se de doença do trato respiratório inferior, geralmente causada
por um agente infeccioso, podendo este ser um vírus, bactéria ou fungo. Estes
microrganismos geram inflamação dos tecidos de um ou ambos os pulmões, pela
resposta do indivíduo ao agente agressor.
Diagnóstico
Daniel
Messias Martins Alves Neiva, médico pneumologista e docente do IDOMED, explica
que na Pneumonia, como em quase todas as doenças, a anamnese (consulta médica)
e o exame físico são imprescindíveis para o diagnóstico.
“O
quadro clínico pode ser variável, mas, normalmente, o paciente apresenta-se com
febre, taquipneia (frequência respiratória acima do esperado para aquela faixa
etária), esforço para respirar e tosse. Em crianças pequenas, idosos e pessoas
imunossuprimidas o quadro clínico pode ser menos específico, com sintomas mais discretos”,
esclarece Neiva.
A
radiografia de tórax, método complementar de diagnóstico bastante disponível e
difundido no país, faz parte, juntamente com a anamnese e o exame físico. É um
exame de imagem que pode auxiliar no diagnóstico da pneumonia, mas ajuda também
a avaliar a extensão das lesões, detectar complicações e ajuda a avaliar
possíveis complicações da pneumonia.
Segundo
o pneumologista, a ultrassonografia de tórax é um exame que tem apresentado
aumento do uso para o diagnóstico de pneumonia, apresentando-se com melhor
acurácia e sensibilidade que a radiografia de tórax. No entanto, o sucesso
deste método diagnóstico depende da expertise do examinador.
“Outros
exames, como análises laboratoriais, tomografia e ressonância são reservados
para quadros e pacientes específicos, sendo utilizados em quadros mais graves,
com suspeitas de complicações ou suspeita de outros diagnósticos”, comenta.
Quando
há uma alta probabilidade de que a pneumonia seja de etiologia bacteriana,
levando-se em consideração que a maior chance, então, é de que seja o Streptococcus Pneumoniae, o
tratamento de escolha são os antibióticos do grupo dos Beta
Lactâmicos, por 5 a 7 dias. Outras causas de pneumonia podem demandar
outros tratamentos.
Sequelas
A
Pneumonia pode deixar sequelas permanentes, que reduzem drasticamente a
qualidade de vida de quem a contraiu. Alguns pacientes podem evoluir de maneira
adversa durante um quadro de pneumonia, apresentando algumas complicações como
derrame pleural, pneumatocele e, até mesmo, necrose de uma parte do pulmão.
“Quando
há suspeita de algumas dessas entidades, é necessário que o paciente seja
internado para melhor avaliação, tratamento com antibiótico venoso e, às vezes,
abordagem cirúrgica do tórax para auxiliar na resolução da pneumonia”, completa
Neiva.
Para
o especialista, no entanto, há a possibilidade de melhorar ainda mais a
cobertura oferecida pelo SUS com vacinas oferecidas pela rede de saúde privada.
Para pacientes de grupos específicos, como imunossuprimidos, o SUS também
oferece uma outra vacina, a chamada Pneumo 23.
Além
das vacinas, Daniel Neiva esclarece que a higiene pessoal (como a lavagem de
mãos), evitar aglomerações e o uso de máscaras ajudam a reduzir a contaminação
e a incidência de Pneumonia.
Postar um comentário