Emoção, sensação de dever cumprido, olhos
brilhando e muita alegria. Foi esse o misto de sentimentos que cientistas,
parceiros e comunidade dividiram neste sábado (11), com a soltura do primeiro
grupo de 8 ararinhas-azuis nos céus de Curaçá, no norte da Bahia, seu habitat
natural.
20 anos após serem consideradas extintas, um
Acordo de Cooperação entre o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio)
e a Ong alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP) foi
possível realizar o feito, considerado por muitos como impossível.
Após a soltura, que ocorreu no início da manhã
de ontem, com público restrito, para garantir a segurança das aves, a
equipe participou de uma coletiva de imprensa, que contou também com a presença
da comunidade no Teatro Raul Coelho, na sede de Curaçá.
Com o espaço lotado, a tarde foi iniciada pelo
artista Fernandinho e a Galeota das Artes, que recepcionaram os presentes com
autênticos forrós e também uma música em homenagem à Ararinha-azul. Logo
depois, o vídeo oficial do momento emocionante da soltura foi exibido,
arrancando aplausos, sorrisos e lágrimas de todos.
De forma tímida, as pequenas araras foram saindo
do viveiro e descobrindo um mundo além de onde viviam.
Participaram da coletiva o presidente do ICMBio,
Marco Simanovic; o diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da
Biodiversidade do ICMBio, Marcos Aurélio Venâncio; o diretor da Association for
the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), Dr. Cromwell Purchase; o diretor
da Blue Sky Global, Hagen Kahmann; Marizângela Dias de Coelho, gerente do Banco
do Nordeste de Juazeiro; a diretora de Sustentabilidade e Conservação do
Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia, Jeane Tavares
Florence; o diretor da Paira Daiza Foundation, Tim Balts; o diretor da Bluesky
Caatinga, Ugo Vercillo; a Coordenadora executiva do Plano de Ação das Ararinhas
Azuis do ICMBio, Camille Lugarini.
De acordo com o diretor da ACTP, Cromwell
Purchase, o momento era de celebração. “Depois de anos dando tudo por este
projeto, nós finalmente demos o pontapé inicial para que possamos ouvir o canto
das ararinhas-azuis ecoando novamente na Caatinga”.
Sentimento dividido com o Presidente do ICMBio, Marcos Simanovic, que, além de
destacar o trabalho árduo dos últimos anos para a reintrodução das
ararinhas-azuis, também falou sobre a responsabilidade de todos na fiscalização
das ararinhas-azuis em seu habitat. “Tenho certeza que todos nós que estamos
aqui hoje vamos ser fiscais para que ninguém mal intencionado queira pegar as
ararinhas-azuis novamente. Além disso, todas as aves são monitoradas e possuem
chips para que possamos seguir com elas em nosso radar”, explicou.
O diretor da Blue Sky Global, Hagen Kahmann, também comentou sobre o trabalho
árduo até o dia de hoje se tornar realidade. “Após um caminho árduo, estamos
aqui hoje fazendo o que ninguém imaginava ser possível. O projeto vai além da
soltura das ararinhas-azuis, mas também dar suporte às comunidades da caatinga,
ajudando na manutenção da biodiversidade local”, diz.
Após as respostas à imprensa, outro momento simbólico marcou a data. O Diretor
da Blue Sky Global, Hagen Kahmann, o presidente do ICMBio, Marco Simanovic e a
gerente do Banco do Nordeste de Juazeiro, Marizângela Dias, assinaram uma Carta
de Intenções para garantir a segurança hídrica, energética e ambiental da
região onde as ararinhas-azuis residem e o seu entorno.
O dia foi finalizado com
apresentações culturais de Curaçá, além da participação da comunidade indígena
Tumbalalá.
Texto: Ascom BlueSky
Fotos: Ararinhas -azuis:
Thibaut Thys / ACTP
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