VALE EM FOCO

CECH alerta: desrespeito ao nome social configura crime de transfobia



Foi durante o seu último ano escolar que Davinna Ayla rompeu com todos os paradigmas e se identificou como uma mulher trans. E já no ambiente escolar, o preconceito estava presente. “A diretora chegou e fez a reunião comigo e disse o seguinte ‘eu não sei do que é que se trata, eu não sei o que se faz, então, assim, eu espero que você termine o ano com o seu nome mesmo’, relata. A história de Davinna é uma entre tantas outras vivenciadas pela população trans e travesti que luta pelo respeito ao uso do nome social.


Em março, mês em que se comemora o Dia Internacional da Visibilidade Trans, o Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH), programa vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), reforça que a falta de respeito ao uso do nome social da população trans e travesti, garantia estabelecida pelo Decreto de nº 8.727, de 28 de Abril de 2016, configura crime de transfobia. “O uso do nome social é uma garantia pautada em lei e deve ser respeitada em todos os ambientes e por todos”, ressalta a coordenadora do CECH, Roseane Morais.


Para assegurar ainda mais a garantia deste direito à população trans e travestis, que o CECH, em parceria com o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado de Pernambuco (DPEP) e municípios de Pernambuco, tem promovido mutirões para a retificação de prenome e gênero em registros civis, a fim de enfrentar os riscos da transfobia e sensibilizar a população. De acordo com o Centro, já foram realizados sete mutirões onde contemplaram Davina e mais 168 pessoas.


Os mutirões foram realizados nos municípios de Recife, Garanhuns, Cabo de Santo Agostinho, Passira e Jaboatão dos Guararapes e promoveram, além da agilidade no processo para alteração nos cartórios, a economia de mais de R$200 para cada solicitante. A previsão é que seja realizado um, ainda neste mês de março, em Recife.


“Nosso objetivo é fortalecer, cada vez mais, iniciativas como esta, com o intuito de garantir os direitos da população pernambucana de trans e travestis, o que contribuirá na diminuição de situações cotidianas de constrangimentos, preconceitos e violações contra a dignidade humana” relata o secretário-executivo de Direitos Humanos, Diego Barbosa.


Denúncias:

Denúncias de violações contra a população LGBTQIA+ podem ser feitas ao Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH), pelo telefone (81) 3182-7665 ou pelo e-mail centrolgbtpe@gmail.com.  Assim, o CECH, que conta com profissionais na área jurídica e psicossocial, poderá atuar e realizar os encaminhamentos cabíveis a cada caso, inclusive, para que os responsáveis pelas violências possam ser identificados e, se for o caso, punidos criminalmente.

 

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