Os números registrados nos últimos anos são alarmantes e os piores desde 2014 |
Nos
últimos anos o número de doadores no Brasil caiu bastante por conta da pandemia
que assola o país. O número de doações de órgãos e tecidos despencou e segundo
o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), entre
janeiro e agosto de 2021, foram registradas 124.920 pessoas no cadastro da
entidade, o que equivale a 54,5% do total registrado no ano inteiro de 2020.
Os
números baixos, principalmente nos transplantes de medula óssea (são os menores
desde 2014), preocupam as entidades. Por isso, a campanha “Fevereiro Laranja”,
que faz alusão ao combate à Leucemia e consequentemente ao incentivo das
doações de medula óssea, ganha ainda mais importância na expectativa de
reverter a queda nas estatísticas e aumentar o número de doadores em 2022.
Segundo
o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2020), atualmente, a Leucemia está na 9ª
posição nos tipos de câncer mais comuns em homens e a 11ª em mulheres. Essa
doença tem sua incidência aumentada com a idade, porém, também é um câncer bem
recorrente em crianças.
O
que é Leucemia?
A
professora do Instituto de Educação Médica - IDOMED e especialista em
hematologia clínica, Rayssa Castro Bueno, explica os detalhes sobre o
desenvolvimento da doença no organismo. “A Leucemia é uma doença maligna do
sangue, de origem desconhecida e que acomete a produção das células
leucocitárias, também conhecidas como glóbulos brancos. Estas células são
produzidas na medula óssea de cada indivíduo e a presença da doença faz com o
processo sofra alterações, trazendo como consequências, sintomas como anemia,
deficiência imunológica e sangramentos", explica.
Rayssa
conta que existem mais de 12 tipos de leucemias e entre as mais conhecidas
estão: a leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC),
leucemia linfocítica aguda (LLA) e a leucemia linfocítica crônica (CLL), que
mesmo não sendo um tipo de câncer comum, alerta-se para a elevação da sua
incidência no Brasil.
Segundo
a especialista, a doença pode ser identificada a partir de exames de sangue
simples, como o hemograma, além de exames confirmatórios como imunofenotipagem
e biologia molecular, que possibilitam apontar qual tipo de leucemia está
presente no organismo, a agressividade e o manejo clínico e terapêutico de cada
paciente, incluindo a necessidade ou não de transplante de medula óssea.
A
professora do IDOMED ainda faz um lembrete importante: “Vale lembrar que a
melhor forma de prevenção ainda são as visitas regulares ao médico, bem como a
realização de exames com frequência”, finaliza.
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