Conforme já
previsto pelo mercado, a taxa básica de juros (Selic) foi elevada em 1,00 ponto
percentual após agenda de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom),
chegando a 6,25 % ao ano. Os números refletem o ciclo consecutivo de elevação da
Selic e indicam que o cenário econômico tem pressionado o Banco Central a fazer
uso da política monetária de forma mais rigorosa.
Antes dessa
sequência de elevação de juros, tínhamos um cenário de Selic em mínimas
históricas, o que fez com que os investidores buscassem por alternativas de
diversificação, correndo mais riscos em troca de expectativas de maior retorno.
Agora, o panorama traz questionamentos, como a necessidade de uma mudança na
forma de investir e as oportunidades contempladas neste novo cenário. Porém, antes disso, é importante analisar o
propósito deste investimento.
Inicialmente,
existem objetivos e necessidades por trás de cada investimento, desde a
educação dos filhos, até a viagem dos sonhos, um intercâmbio no exterior, a
compra da casa própria, de praia ou mesmo a perspectiva de uma aposentadoria
tranquila...
Para cada
objetivo existe um prazo que devemos estipular, e esse prazo tem influência
importante nas escolhas para investir. Além disso, o tempo dedicado a cuidar
dos investimentos é outro fator relevante, assim como a consciência do nível de
risco em cada tipo de investimento. Ter
essas percepções alinhadas é imprescindível antes de qualquer decisão que
envolva investimentos, e para isso a análise do perfil de investidor deve ser
considerada em todas as situações.
Na prática,
em um cenário de juros mais altos melhoram a rentabilidade de opções como a
poupança e o Título Público Tesouro Selic, uma vez que esses têm sua
rentabilidade diretamente ligada à Selic. Os investimentos que acompanham o CDI
(Certificado de Depósito Interbancário), principal referência de rentabilidade
das aplicações de renda fixa, também seguem os movimentos da Selic, então ficam
mais atrativos com a taxa de juros em patamar mais elevado. Os títulos de renda
fixa pós-fixados em CDI, modalidade de investimento conservadora, passa a ter maiores
ganhos, a exemplo CDBs, RDC, LCA e LCI.
Além da
emissão pública e bancária, temos os títulos de renda fixa privados de emissão
por empresas (debêntures, por exemplo) que têm sido bastante procurados e
representam uma oportunidade de investimento. Essa alternativa é bastante
encontrada em estratégias de fundos de investimento, que mesclam ativos de
diferentes emissores (público, bancário e privado), com diferentes taxas e
vencimentos, em busca de retorno aos seus cotistas.
Estas
alternativas são as que ganham mais força no contexto atual de juros, e tendem
a se beneficiar ainda mais com a perspectiva de continuidade no ciclo de alta.
Já os investimentos prefixados podem ser uma opção atrativa para quem deseja
ter a previsibilidade em relação ao retorno. Esses produtos possuem a taxa
pactuada no momento da aplicação, contudo, é importante ficar atento, pois
novas altas de juros podem resultar uma taxa acima da contratada.
No cenário de
juros baixos que tivemos no passado, a diversificação foi o grande aliado dos
investidores e deve continuar a ser considerada, visto que estamos atravessando
um momento de inflação elevada, onde o ganho real acaba sendo impactado. Se o
investidor tem um prazo de investimento mais longo, pode ser um momento
oportuno para comprar alguns ativos diante do preço mais baixo, assim como
capturar ganhos de mercado através de fundos com gestão ativa, por exemplo.
Alternativas
como fundos multimercado são interessantes na composição da carteira de
investimentos, pois investem em diferentes ativos, sem compromisso de
concentração em nenhum e buscam em sua estratégia capturar oportunidades a fim
de gerar retorno atrativo.
Em relação a
bolsa, as incertezas refletem na dinâmica do mercado e na volatilidade.
Acrescido a isso, de forma simplista, também podemos dizer que o preço das
ações se altera de acordo com a dinâmica dos juros. Por isso, caso tenha um
horizonte de investimento longo e uma tolerância a risco, este momento pode ser
oportuno para investir em empresas com negócios perenes, boa governança e com
bons preços, que resultem em bons dividendos. Uma boa opção para investir em
renda variável são os fundos de ações, uma alternativa mais simples e que conta
com a expertise de um gestor profissional que fará seleção dos ativos.
Por fim,
porém não menos importante, antes de investir, considere produtos e serviços de
instituições sólidas e seguras, com amplo portfólio de opções e que
proporcionem um relacionamento próximo para apoiar suas decisões com
aconselhamento de especialistas.
Por LeniseNunes
Analista
de Investimentos do Sicredi
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