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'Não tenho coragem de me olhar', diz mulher atacada por cachorro da raça pitbull em Petrolina


Pouco mais de uma semana depois de ter sido atacada por um cachorro da raça pitbull, enquanto caminhava na Orla de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Kátia Rodrigues, de 49 anos, ainda tem bem vivo na memória os momentos de tensão e medo que passou. Ela estava caminhando com o marido, o empresário Etelvane Barbosa, e cadelinha da família, Bela, quando tudo aconteceu. Mesmo acompanhado pela dona, o pitbull estava solto e sem focinheira.

“Estou muito ansiosa, sem dormir, só pensando no momento. A noite para mim, é só ficar acordada. Mesmo tomando medicamento, não consigo dormir . Só em pensar em perder meu esposo, que é cardíaco, e minha cachorra, então fico desesperada, pensando nesse momento”, diz Kátia.

 

Depois do ataque, Kátia foi levada para um hospital de Petrolina, onde passou por cirurgia de emergência no olho e na cabeça. A cachorrinha Bela foi levada para uma clínica veterinária. As duas estão em casa, se recuperando dos ferimentos.

“Sinto muita dor nos cortes, na cabeça, no nariz, que pegou de cima do olho até a orelha. Muita dor, latejando muito”, relata Kátia. Segundo ela, os ferimentos também dificultam na hora de dormir. “Eu dormia desse lado direito. Até nisso estou tendo dificuldades”.

Por causa dos traumas, o casal está endo acompanhado por um psiquiatra e vai fazer terapia pra conseguir superar as cenas do ataque. Kátia diz que ainda não conseguiu se olhar no espelho.

“Não tenho coragem de me olhar. Minha filha faz os curativos todos os dias. Foram tirados alguns pontos na sexta-feira passada e não tenho coragem de me olhar”.

“Quem me conhece sabe que gosto de caminhar, de correr. Sou muito vaidosa, gosto de procurar algo melhor para mim. Não tenho mais vontade de nada”, diz a vítima.

O casal acusa a dona do cão de omissão de socorro. “Ela foi muito omissa quanto ao caso. Existiu a falta de boa vontade”, afirma Etelvane. “Foi muito desespero, muita aflição. Etelvane a todo momento tentando salvar nossa cachorra. Até a coleira foi ele quem colocou, porque a dona não teve como botar. Ele colocou, depois de tudo que acabou, deu para ela e ela saiu de boa, caminhando”, completa Kátia.

Em Petrolina existem duas leis que definem a circulação de animais em locais públicos. Cães de raça de guarda ou ferozes, devem usar focinheira. Etelvane registrou boletim de ocorrência e vai recorrer à justiça pra que o caso não fique impune.

 G1 Petrolina


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