O humorista, apresentador, ator e roteirista Paulo Gustavo morreu às
21h12 desta terça-feira, 4, vítima da Covid-19. O artista tinha 42 anos. A
informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do artista.
Graças ao sucesso na pele de Dona Hermínia, personagem feminina surgida
numa produção teatral e que daria origem à franquia de filmes Minha Mãe É uma
Peça, ele tornou-se um rosto onipresente nas comédias de humor popular que
dominaram as bilheterias do cinema nacional na última década. “Em todos os
momentos de sua internação, tanto o paciente quanto os seus familiares e amigos
próximos tiveram condutas irretocáveis, transmitindo confiança na equipe médica
e nos demais profissionais que participaram de seu tratamento”, informou o
comunicado. Internado desde o dia 13 de março, Paulo Gustavo precisou entrar em
ventilação mecânica no dia 21. Chegou a apresentar sinais de recuperação da
função pulmonar e respostas positivas ao tratamento, mas no dia 2 de abril,
após uma bateria de exames mostrar agravamento em seu quadro clinico, o artista
teve de ser submetido à terapia por ECMO – Oxigenação por Membrana
Extracorpórea – utilizada como recurso extremo no tratamento de pacientes com dispositivos
intrapulmonares, o ator apresentou uma melhora no quadro o que resultou numa
redução dos sedativos e do bloqueador neuromuscular. Ele chegou a acordar do
coma e a interagir com a equipe médica e com o seu marido, o dermatologista
Thales Bretas, porém seu quadro clínico se agravou de repente. “Houve piora
acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais, quando novos exames
demonstraram ter havido embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso
central, em decorrência de uma fístula bronquíolo-venosa”, diz o comunicado
envido à imprensa. Ao todo, foram catorze dias de intubação até sua morte.
Paulo Gustavo Amaral Monteiro de Barros nasceu em 1978 em Niterói,
região metropolitana do Rio de Janeiro. Assumidamente bissexual desde a
adolescência, Paulo se formou na Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) no início
de 2005, ao lado de grandes nomes da comédia atual, como Fábio Porchat e o parceiro
e melhor amigo Marcus Majella. Apaixonado pelos palcos, ele ganhou visibilidade
nacional no nal de 2004 ao fazer a peça Surtos e apresentar ao Brasil a
personagem humorística Dona Hermínia, uma dona de casa de meia idade, sempre à
beira de um ataque de nervos, homenagem caricata à própria mãe, Déa Lúcia. “Eu
amo teatro, amo estar em cena e amo fazer as pessoas rirem. Sou assim desde
criança”, disse o ator em entrevista recente. O sucesso foi tanto que, em 2006,
Paulo retomou a personagem no monólogo Minha Mãe É uma Peça, com texto de sua
autoria que unia suas vivências familiares a observações domésticas da
matriarca. A atuação de Paulo rendeu uma indicação ao Prêmio Shell de melhor
ator.
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