VALE EM FOCO

Drª Cândida Lima fala sobre a importância e o declínio das abelhas

Como podemos contribuir para a preservação desses insetos importantes para a humanidade


A polinização é um dos serviços mais importantes realizados pelas abelhas, por meio da polinização, elas promovem o seu maior impacto na biodiversidade e na produção dos alimentos, sendo que 35% das lavouras e 94% das plantas silvestres dependem dessa atividade. Muitas culturas importantes dependem delas para a formação dos frutos e sementes. Mesmo em cultivos não totalmente dependentes de polinizadores, as abelhas podem contribuir para o aumento da produtividade e melhorar a qualidade dos frutos. Os serviços de polinização das abelhas além de contribuir com a qualidade do fruto e aumento na produção são avaliados em cerca de US$ 54 bilhões por ano.



Contudo, o declínio desses importantes polinizadores vem sendo tema debatido há algum tempo, e muitas causas são mencionadas para esse acontecimento. A exposição das abelhas aos agroquímicos durante as pulverizações ou por meio de ingestão de recursos florais contaminados; o elevado índice de queimadas de forma extremamente desordenada para abertura de áreas para agricultura, reduzindo não só os recursos florais como também os locais para nidificação; o crescimento do perímetro urbano que reduz consideravelmente os locais de nidificação para as colônias de abelhas; o aparecimento de algumas doenças virais como o vírus deformador de asas (DWV – sigla em inglês) e as mudanças climáticas.

No Brasil, ainda não existem dados para entender com precisão a escala desse declínio, que além da perda da biodiversidade natural, o desaparecimento das abelhas pode ameaçar a existência de alimentos no futuro, pois colocará em risco a produtividade agrícola. Isso porque muito mais do que produzir mel, as abelhas cumprem um importante serviço ambiental: são agentes polinizadores da natureza, responsáveis pela reprodução e manutenção das plantas e do equilíbrio da biodiversidade.

Devido a importância das abelhas para a humanidade, é preciso nos alertarmos para que o desaparecimento desses insetos não aconteça. E nós podemos realizar ações coletivas, mas também individuais. De forma coletiva é possível a proibição de pesticidas nocivos; a agroecologia; a criação e o resgate de abelhas em situação de vulnerabilidade e outras formas sustentáveis de proteção às abelhas que deverão ser decididas por meio de democracia direta.

De forma individual podemos realizar com maior frequência produtos de origem (produção) orgânica; plantar arvores (de preferência nativas ou frutíferas e evitar ao máximo o plantio de Nin e cultivar flores, criar abelhas nativas sem ferrão, evitar o uso de inseticidas e venenos, além de pesticidas em plantações que se pode trabalhar o controle biológico.

Não é um caminho fácil, mas é necessário, O desaparecimento das abelhas é um fenômeno que pode acabar não somente com as abelhas, mas também com a espécie humana, e nós podemos contribuir com isso, para o bem ou para o mal, a escolha é nossa.


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