De acordo com o SINPOL-PE a adesão ao movimento foi de 90% em todas as delegacias de Pernambuco
Policiais Civis de Pernambuco e demais estados
do Nordeste cruzaram os braços na manhã desta quinta-feira, das 8h às
12h, em protesto por vacinação imediata de toda categoria que está exposta de
forma negligente à Covid-19, além de cobrar EPIs para os policiais, mínimas
condições de trabalho e contra a retirada de direitos da PEC 186. No
Recife, parte do efetivo se concentrou na frente Central de Plantões da Capital
e realizou um sirenaço ao final do protesto, às 12h, em homenagem aos policiais
civis vítimas da Covid-19 e a todos os pernambucanos que morreram durante a
pandemia. O sirenaço ocorreu simultaneamente em várias delegacias de todo
estado.
O ato teve apoio de toda a categoria e o
movimento eclodiu também em outros estados do Nordeste, como a Bahia, Paraíba,
Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão.
De acordo com o presidente do Sindicato dos
Policiais Civis de Pernambuco (SINPOL PE), Rafael Cavalcanti, durante o período
do movimento, diversos serviços não foram cumpridos nesses Estados. Em
Pernambuco, por exemplo, foram suspensos: Confecção de Boletim de Ocorrência
(BO), lavratura de flagrante, lavratura de TCOs, intimações, depoimentos,
interrogatórios, ouvidas, investigações, cumprimento de mandados de prisão, e
todo e qualquer serviço, ordinário ou extraordinário dentro das delegacias, com
exceção dos serviços do Instituto Médico Legal (IML). Todas as Delegacias de
Polícia do Estado tiveram os serviços administrativos paralisados.
"Nossa categoria já vinha sofrendo sem
estrutura necessária para desempenhar seu trabalho com segurança, e com o
advento da Pandemia a situação ficou ainda mais precária, sem o fornecimento de
EPIs. Desde o início da Pandemia, morreram mais policiais em decorrência da
Covid-19 do que em confronto com a criminalidade. Foram mais de 80 policiais
que perderam a vida nos últimos 12 meses, e um em confronto durante o trabalho,
sem falar dos suicídios. Chegamos ao nosso limite. Queremos vacina para toda a
categoria, condições de trabalho e nosso grito de NÃO a retirada de
direitos da PEC 186.
O Sinpol-PE desde o início da pandemia que pede
o mínimo de segurança para o policial, porém o Governo na contra-mão dos
cuidados com o restante da população obriga os policiais com comorbidade,
gestantes e lactantes a voltarem aos seus postos de trabalho de modo presencial
em meio ao pico da Pandemia", ressaltou Rafael Cavalcanti, que informou
ainda ter solicitado através de ofício ao Governo do Estado e à Secretaria de
Saúde, em janeiro, a prioridade da vacina aos Policiais Civis e até hoje não
obteve nenhuma resposta concreta de quando a categoria será vacinada.
Houve mobilizações de manifestantes em
vários pontos do Estado, principalmente nas regiões pólo, como Recife, Caruaru,
Garanhuns e Petrolina. De acordo com SINPOL-PE a adesão ao movimento foi
de 90% em todas as delegacias de Pernambuco. No Recife, a concentração principal
foi na Central de Plantões da Capital (CEPLANC), localizada na Rua Odorico
Mendes, 700, bairro de Campo Grande. Durante o ato, faixas e cartazes pediam a
vacinação imediata dos policiais e se posicionaram contra a PEC 186.
Avaliando o ato, o presidente do SINPOL-PE,
Rafael Cavalcanti, considerou: “Nosso movimento está muito forte, até
porque nossa reivindicação é justa, por dignidade ao policial e por
sobrevivência. Não podemos aceitar o tratamento que recebemos, somos serviços
essenciais e estamos jogados à própria sorte para combater a criminalidade e a
COVID-19, mais de 80 colegas já morreram. Tentamos dialogar com o Governo, com
a Chefia de Polícia e com a SDS, mas infelizmente o policial não foi tratado
com respeito e dignidade. Se não recebermos o tratamento digno, esse será
apenas o começo de vários movimentos que virão”, finalizou.
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