VALE EM FOCO

Polícia Militar prende elemento que se passava por eletricista para assediar mulheres em Juazeiro mas horas depois é solto


A Policia Militar da Bahia, na cidade de Juazeiro, nesta quinta-feira (21), fez a prisão de um assediador de mulheres que vinha atuando a um bom tempo na cidade.

M. R. de F., se passava por eletricista e através de possíveis serviços, adentrava às residências das vítimas, em toda a cidade, dando preferência àquelas que moram sós, ou as que os maridos precisam estar ausentes por longos períodos, realizando viagens de trabalho.

Após o contato com as vítimas, o assediador observava a rotina das mulheres, e além de assediar, utilizava-se de diversos tipos de golpes para conseguir arrancar dinheiro ou favores sexuais de suas presas.

Rani, como é conhecido, inventava situações de risco dentro das casas, causando pavor nas pessoas, alegando, por exemplo, que as casas estavam com as fiações elétricas comprometidas e que precisava fazer o serviço para o devido reparo, sendo que a maioria das casas estava sem problema algum.

Além disso, bilhetes anônimos apareciam nas casas, com mensagens de supostos vizinhos que informavam de abalos nas estruturas das residências escolhidas, infiltrações nas paredes, dentre diversos outros problemas. O indivíduo se utilizava da falta de conhecimento das suas vítimas, para aplicar os golpes.

O blog Vale em Foco contato com a vítima foi informado que o elemento foi solto uma hora depois de ser preso por não ter concluído o ato ou agredido a vítima. Ainda de acordo com informações, a vítima está muito assustada e está com medo de voltar pra casa.



PERFIS FALSOS

Depois de certo tempo, o assediador, através de um perfil falso nas redes sociais (personagens criados por ele), alegava que esteve na residência da vítima, se passando inclusive por amigos dos filhos das mulheres, e revelava as que possuía fotos intimas das mulheres, tiradas durante o momento que (a personagem inventada) esteve na residência, e dizia que para não divulgar mais nada nas redes sociais. A vítima teria que encontrá-lo, para ter relações sexuais, se quisesse reaver as falsas fotografias que dizia possuir.

Ranieri possuía, também, um perfil de mulher nas redes sociais, que usava para entrar em contato com as presas, na tentativa de atrair e chantagear mais ainda suas vítimas. A tal “mulher” (outra personagem de Rani) era a intermediadora nas conversas, para dizer às vítimas que seria melhor elas atenderem ao assediador, para resolverem logo a situação das supostas fotos. Durante o processo do golpe, ele atribuía a outra personagem inventada, denominada de “Galeguinho da Informática”, a responsabilidade por conseguir ou montar fotos da vítima totalmente nua e em situação comprometedora.

Utilizando o celular da personagem mulher inventada, que ele batizou como “Nívea”, falava que já tinha passado pela mesma situação, mas que teve relação sexual com ele e que tudo foi resolvido. Ele incentivava as vítimas a irem se encontrar com o acusado, passando o celular para o tal do “Galeguinho”, para chantagear e marcar o possível encontro.

 

A CORAGEM DE UMA VÍTIMA


Com exclusividade, o Cartaz da Cidade conseguiu o depoimento de Cintia Catherine, que foi uma das quase vítimas de Ranieri, mas que descobriu tudo, continuou alimentando as conversas com o elemento, para não levantar suspeitas do mesmo, e teve a coragem de prestar queixa na DEAM (Delegacia da Mulher) e na DHPP (Delegacia de Homicídios), e de ligar para a Polícia Militar, quando viu Raniere a seguindo e a vigiando hoje pela manhã, enquanto fazia atividade física na Academia Grécia.

Cintia, que é bastante conhecida na cidade, é Educadora Física, Nutricionista e Terapeuta Integrativa de Saúde, falou sobre o caso. A professora alegou que além da chantagem feita através das redes sociais, Ranieri ficava rondando sua residência, observando para onde ela iria e observando o comportamento de seu filho e de parentes, mandando mensagens que levavam preocupação e pânico, pois ela não sabia do que Ranieri era capaz de fazer. Ele se aproveitava que Cintia estava sozinha em casa e aparecia de surpresa em sua residência, alegando que teria visto pela casa vizinha dos fundos, onde realizava um serviço, problemas sérios no telhado da sua casa.

Assustada, ela procurou a Policia Civil para prestar uma queixa formal de assédio, contra Ranieri, quando, coincidentemente, se encontrou com uma outra vítima do assediador, que também estava prestando uma queixa contra o mesmo. A outra vítima, que não quis ser identificava, alegou que Ranieri enviava fotos intimas, além de assediar e convidar a vítima para ter relações sexuais.

Outras mulheres conhecidas na cidade, foram vítimas do assediador e procuraram a Delegacia de Polícia Civil, para prestarem mais queixas.



A CASA CAIU

O indivíduo, na manhã de hoje (21), seguiu Cintia mais uma vez, e ficou aguardando sentado em uma moto, enquanto a professora estava praticando atividades físicas na academia Grécia. Inclusive, Ranieri já havia se passado como sendo o dono desta mesma academia (Grécia), com o intuito de atrair e assediar possíveis funcionárias, oferecendo emprego.

Assustada, Cintia acionou a Polícia Militar, que, em uma ação rápida, conseguiu localizar o elemento e realizar a prisão, que inclusive já tinha sido intimado pela Delegacia de Polícia Civil, para prestar esclarecimentos, mas que nunca havia comparecido.

Além dos crimes cometidos, já existiam outras denúncias contra o mesmo, por agressão à outras mulheres.

Cintia, que sempre apoiou projetos de apoio a mulheres, lembrou a importância de ser denunciado esse tipo de violência, e frisou a importância da mulher não se calar mediante a esse tipo de situação.

Em entrevista concedida ao Cartaz da Cidade, Cíntia disse que isso "é uma coisa que a gente não espera nunca que aconteça com a gente e que vem de onde a gente menos espera. As mulheres têm que denunciar sim! Não podemos ficar reféns desse tipo de situação. Os números de violência contra mulheres crescem muito todos os dias e o que a gente puder fazer para ajudar a combater esse tipo de situação nós devemos fazer sim. Estou me sentindo aliviada e quero dizer às mulheres que denunciem sim, que não fiquem com medo desse tipo de situação. Sei como é complicado lidar com o medo, mas, ficando refém desse tipo de situação, pode acontecer algo muito pior."

O assediador foi encaminhado para Delegacia de Juazeiro, para a devida apresentação à autoridade competente. Mulheres que já tenham sido vítimas de Ranieri e tiverem interesse em contribuir com as investigações podem procurar a Delegacia da Mulher, no Complexo Policial Civil de Juazeiro, para formalizarem suas denúncias.

 

Com informações de: Redação Cartaz da Cidade


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