Uma reportagem da revista “Piauí”, escrita pelo repórter
João Batista Jr., revelou detalhes sobre os casos de assédio sexual e moral
denunciados contra o ator, diretor e roteirista Marcius Melhem na época em que
o artista era diretor do humorístico “Zorra”. As principais informações
divulgadas são em relação aos atos sofridos por Dani Calabresa. A humorista foi
a primeira mulher a levar a situação à alta cúpula da Rede Globo.
A publicação é iniciada com a descrição de
uma festa de confraternização do elenco do humorístico “Zorra”, quando
Melhem teria encurralado Dani Calabresa na saída do banheiro, forçando beijos,
usando de força para imobilizá-la e colocando o pênis para fora da calça. Ela
conseguiu se desvincilhar do então chefe, reencontrando os colegas e sendo
confortada por Luis Miranda e George Sauma, também do elenco
do “Zorra” na época, durante uma crise de choro. Ainda segundo a revista “Piauí”, três
dias após o fato, durante um ensaio do programa, Melhem apareceu no estúdio,
algo que não costumava fazer como dizem os relatos, para conversar com Dani
Calabresa, que gravava uma cena com Maria Clara Gueiros. Na situação, teria
dito: “Eu não tenho culpa do que aconteceu! Quem mandou você estar muito
gostosa?” Dani Calabresa teria reagido dizendo que não queria as desculpas do
chefe. “Você já me agarrou, lambeu minha cara e encostou o pau em mim”. De
acordo com a revista, as duas situações foram testemunhadas por colegas da
atriz e ocorreram em 2017. Naquele mesmo ano, ainda houve uma situação
nas gravações de uma cena de paródia ao seriado “Baywatch”, em que Melhem
passou no camarim para conferir o figurino da atriz. Além disso, há relatos de
que Marcius Melhem tenha atrapalhado o crescimento da atriz dentro da Globo, a
impedindo de entrar num programa de Miguel Falabella e colocando empecilhos
numa atração proposta pela atriz, uma versão do “Furo MTV”. Apenas após deixar o elenco
do “Zorra” e se mudar para os Estados Unidos, Dani Calabresa teve
coragem para denunciar os fatos, que foram levados para a chefe de
Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico (DAA), Monica Albuquerque. A revista
revela que a primeira decisão em relação ao fato foi recomendar uma terapia ao
acusado, sem nenhuma advertência. Em seguida, o caso foi levado a Carlos
Henrique Schorder, diretor da área de entretenimento, esporte e jornalismo da
emissora, que mandou que uma investigação fosse feita. Durante a condução da
investigação, novos casos contra o então diretor
do “Zorra” apareceram. Três atrizes falaram do incômodo de
contracenar com ele e citaram situações em que Melhem roçava o pênis ereto
nelas. A reportagem ainda relata o envolvimento de
uma série de atores e atrizes numa carta pressionando um posicionamento firme
da emissora no caso, já que quando Marcius Melhem foi afastado, a nota de
divulgação não citava as denúncias de assédio. Entre os artistas envolvidos na
cobrança estão Marcelo Adnet, ex-marido de Calabresa, Eduardo Sterblitch e João
Vicente de Castro. Questionado pela revista, Marcius Melhem
decidiu não dar entrevista alegando que “a sentença” do caso “já estava dada”.
Também disse que pediria desculpas a quem magoou, mas que teria o direito de
saber quem são essas pessoas. “Estou disposto a assumir qualquer erro ou dano
que tenha causado. Mas é preciso que a conversa seja transparente, sem
omissões, mentiras ou distorções sobre as relações”, escreveu na declaração à
Piauí. Ao final disse que iria buscar “justiça”. Neste ano, ele havia declarado
nas redes sociais ser inocente das acusações.
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