Na noite da quarta-feira (01) uma situação absurda foi verificada no Terminal Rodoviário Zuza Baldoíno de Picos. Uma van, vinda de Petrolina – PE, estacionou nas dependências da rodoviária, deixou 13 venezuelanos e foi embora. O diretor da unidade, Francisco de Assis Portela, o Cizinho, informou que imediatamente acionou o comandante do 4° Batalhão de Polícia Militar (4° BPM), Major Felipe, e o secretário de saúde do município, Dr. Júnior Santos, para que as providências fossem tomadas a respeito da situação daquelas pessoas.
O grupo passou a noite na rodoviária, sendo formado por sete adultos e seis crianças. Nossa equipe esteve na rodoviária na manhã desta quinta-feira (02) para saber da situação dos estrangeiros. Apenas três jovens se encontravam por lá, todos os demais tinham se dirigido a Prefeitura de Picos em busca de uma solução
O caso gerou preocupação tendo em vista a pandemia de coronavírus, que resultou no decreto do governador Wellington Dias (PT) determinando o fechamento das divisas do estado, ao passo que causa lamentação pela crise humanitária dessas pessoas.
Nossa equipe conversou com um dos jovens que pediu para não ser identificado. Ele informou que a situação do grupo que viaja junto é dramática. Eles estiveram em Salvador – BA, de lá foram mandados para Feira de Santana – BA, de onde foram enviados para Petrolina – PE. Chegando no município pernambucano, o prefeito fretou uma van e mandou deixar aqui na cidade de Picos.
Falando um “portunhol” razoavelmente compreensivo, eles informaram que precisam de ajuda para chegar ao Maranhão, onde desejam se estabelecer. Não foi possível, contudo, compreender há quanto tempo estão no Brasil. Eles informaram que não pretendem retornar a Venezuela, onde não há possibilidade de sobreviver.
Nossa equipe foi até a Prefeitura de Picos para tentar falar com mais alguns dos estrangeiros e com o prefeito Pe. Walmir Lima (PT). Mas lá chegando, não encontramos ninguém.
Para o diretor Cizinho os venezuelanos estão sendo meramente “jogados” de município para o município. “Onde eles chegam é os prefeitos jogando de um lado para outro para se sair da responsabilidade”, frisou.
Esses venezuelanos que chegaram em Picos na noite da quarta-feira, não são os primeiros a passarem aqui na cidade em busca de ajuda. Outros já estiveram por aqui antes, mostrando que o êxodo de pessoas fugindo do país vizinho continua constante e tem chegado a pontos distantes da fronteira com o Brasil.
Postar um comentário