Quando foi inaugurado em 2011, os primeiros moradores do Residencial São Francisco, conjunto habitacional do “Minha Casa Minha Vida” encontraram na entrada de cada bloco de prédios uma placa advertindo para que não façam reformas, sob risco de “danos à solidez”. É que os prédios foram construídos com a tecnologia “alvenaria estrutural”, que os levou a serem conhecidos no Nordeste como “prédios-caixão” – sem pilotis e com alicerces em alvenaria, mas de estabilidade discutível. O conjunto custou mais de R$ 61 milhões ao governo federal.
Passado mais de 08 anos deste a sua inauguração, o conjunto habitacional que tem 1.500 moradias, onde moram cerca de 6.000 pessoas, acumula uma série de denúncias de descasos por parte da Prefeitura e da Caixa Econômica Federal. Além dos puxadinhos, também houve desvio de finalidade em diversos imóveis, incluindo o repasse para terceiros e a construção irregular de bares, oficinas e quitandas — que funcionam sem o alvará da prefeitura e sem autorização prévia da Caixa.
” A prefeitura e a Caixa Econômica Federal nos colocaram aqui e nos abandonaram. Os esgotos estão entupidos, não há coleta de lixo há mais de uma semana, não temos segurança e a droga está imperando em todo residencial”, protestou.
O descaso é tamanho que o local virou uma terra sem lei, onde cada um faz o que quer, como quer e onde quiser. Os moradores da rua das Laranjeiras, bloco 53 denunciam uma construção irregular que fere o contrato estabelecido pela Caixa e compromete a segurança do prédio.
Um morador que já se apropriou de alguns imóveis e expulsou alguns moradores, está construindo um depósito de bebidas na parte do fundo dos prédios, sem obedecer às normas de segurança e sem o consentimento dos demais moradores. O medo prevalecer no local, com receios os moradores evitam reclamar diretamente com o dono da construção irregular.
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