VALE EM FOCO

Desvendando os mitos da geração de emprego em Juazeiro #PARTE 1



Os dados do CAGED são verdadeiros. A interpretação desses dados, não poucas vezes, se quer tirar proveito, apresentando como fruto pessoal ou do trabalho coletivo de um grupo político. Um bom exemplo é o mar, ora a maré está cheia, ora a maré está baixa, mas, o nível médio do mar, em relação ao continente, permanece constante.

Da mesma forma a geração de empregos no município: ora apresentam os melhores índices, ora apresentam os piores, mas, a média anual permanece; sempre no segundo semestre não é tão favorável assim, principalmente devido a atividade de uma grande Empresa, que contrata no primeiro semestre trabalhadores temporários para a realização da colheita, e demite no pós-colheita no segundo semestre. Você há de me perguntar, porque isso não acontece em Ribeirão Preto/SP, que é um grande produtor de açúcar e álcool? Hei de responder: porque lá toda a produção, plantio, colheita, é mecanizada; aqui não. Portanto, se faz necessária a contratação de trabalhadores para a colheita manual realizada após a queima, por corte manual, e dispensar pessoas na entressafra, que acontece no segundo semestre.


Vou colocar dados próximos: uma determinada Empresa tem 16.500 hectares de área plantada, sendo que apenas em 550 hectares a colheita é mecanizada, e em 13.600 hectares a colheita é manual. Para melhor esclarecer, a Empresa emprega na safra 3.800 empregados e na entressafra 2.100; essa diferença tem reflexo na geração de empregos no primeiro semestre, período de contratação, e no segundo semestre, quando ocorrem as demissões (3.800 – 2.100). Esses profissionais temporários, não são apenas cortadores de cana, temos tratoristas, mecânicos, agrônomos, cozinheiros, copeiros, etc., que são captados pelos indicadores do CAGED, levando a enganos quando se interpreta o setor dessas contratações.

Carlos Alberto
Economista

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