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João Gilberto, gênio da MPB morre aos 88 anos

João Gilberto Pereira de Oliveira,   nascido em Juazeiro-BA em 10 de junho de 1931
Morreu hoje no Rio de Janeiro, aos 88 anos, o cantor e compositor João Gilberto, considerado um dos pais da bossa nova. Segundo amigos da família, João Gilberto passava por um exame, que teve complicações. Os advogados da filha Bebel Gilberto, que trava uma disputa com o irmão João Marcelo, estão a caminho da casa do cantor. O corpo deverá ter que passar por uma autópsia.

A família confirmou a amigos a morte. João Gilberto tinha problemas de saúde e estava no meio de uma disputa entre os filhos por sua tutela.

Um dos mais influentes compositores da música brasileira, João Gilberto gravou discos seminais como "Chega de Saudade" (1958), "Getz/Gilberto" (1964) — que lhe rendeu um Grammy — e "O amor, o Sorriso e a Flor" (1960).

João Gilberto foi um dos maiores inovadores do violão e um dos responsáveis por criar o som que viria a ser associado a Bossa Nova. Outros grandes compositores da música brasileira prestaram homenagem ao longo dos anos: Gilberto Gil, em 2014, gravou "Gilbertos Samba" em 2014. No ano passado, Caetano Veloso o definiu como "maior artista brasileiro".

Recluso em seu apartamento na Zona Sul do Rio ao longo de quase uma década, João fazia pouquíssimas apresentações. Recentemente, teve uma rara aparição em fotografia compartilhada na internet por sua neta, Sofia.

Filho de Joviniano Domingos de Oliveira, um próspero comerciante, e Martinha do Prado Pereira de Oliveira, João, conhecido na época como Joãozinho da Patu, nasceu em Juazeiro, sertão da Bahia, nas margens do Rio São Francisco. Lá, viveu até 1942, quando passou a estudar em Aracaju, Sergipe, sempre tocando na banda escolar. Em 1946, voltou a Juazeiro, onde teve a oportunidade de escutar de Orlando Silva, Dorival Caymmi e Carmen Miranda a até Duke Ellington, Tommy Dorsey e Charles Trenet nos alto-falantes da cidade. Teve também contato com música em casa, já que seu Joviniano tocava cavaquinho e saxofone como amador, além de incentivar financeiramente a Banda de Música 22 de Março. Nessa época, João costumava formar conjuntos vocais com os colegas de escola.

Aos sete anos, percebeu um erro na execução da organista da igreja em meio às dezenas de vozes do coro, mostrando, desde a infância, o ouvido privilegiado que possuía. Aos 14 anos, ganhou seu primeiro violão do pai. Ainda em Juazeiro, formou um conjunto vocal chamado Enamorados do Ritmo. Seu maior ídolo na época era Orlando Silva, em quem se espelhava para cantar. Mudou-se para Salvador em 1947. Durante os três anos vividos na capital baiana, abandonou os estudos para se dedicar exclusivamente à música e iniciou, aos 18 anos, sua carreira artística no cast da Rádio Sociedade da Bahia.


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