Ao pensar em Juazeiro, me vem essa única dúvida: como chegar ao consenso ideológico e político em uma sociedade tão dividida como a nossa? E essa acaba sendo a primeira pergunta que faço aqui aos leitores desse respeitável Blog e que dá o start dessa pequena crônica assim escrita. O ano eleitoral de 2020 está chegando, e já no presente momento, podemos contemplar alguns nomes se apresentando como pré-candidatos: Allan Jones, Carlos Neiva, Coronel Anselmo, Joseph Bandeira, Misael Aguillar, Pastor Teobaldo, Wank Medrado entre outros... Porém ao analisarmos suas plataformas, projetos e posicionamentos, vemos um emaranhado de dúvidas e incertezas. Mas porque afirmo isso? Simplesmente porque ainda é cedo para se ter alguma coisa definida no tocante a projetos para tirarmos nossa cidade dessa situação que se encontra com obras intermináveis, buracos nas ruas, saúde sofrível, desemprego e muita propaganda positiva visando ludibriar os mais despercebidos.
Para conseguir um nome forte, opositor ao atual governo e realizar as reformas que o nosso município precisa, o diálogo é fundamental. Como podemos chegar a um consenso em uma sociedade tão dividida como a nossa? O problema é que aqui em Juazeiro me “parece” que o verbo dialogar é tão ofensivo quanto a um palavrão! Há uma espécie de temor coletivo quando o assunto é reunir pessoas comuns para conversar, deliberar e definir algum projeto, ou, algum nome para que represente a oposição popular. Muita gente tem receio de se expor, de declarar suas ideias e posicionamentos, mas eu me pergunto por quê? Será que vamos perder pela terceira vez consecutiva a chance de mudarmos de verdade e pra melhor a sorte de nosso município? O povo juazeirense não aguenta mais tantas mesmices, e isso é fato, só que para ter um nome forte, que inspire o devido respeito e que seja de aceitação popular é necessário que haja união e diálogo por parte daqueles que querem ver uma cidade mais justa, desenvolvida e boa para se viver. Do contrário veremos “mais dos mesmos!” E falo isso no plural mesmo.
O conservadorismo sempre esteve aqui em Juazeiro. O problema é que tem muitos que ainda não sabem de suas reais importâncias como indivíduos nesse jogo político que vem aí. Eu sei que a história oficial de nossa cidade pode ter deixado de lado, por exemplo, as relações complexas entre a ditadura e a sociedade, mas hoje se sabe que é um equívoco dizer que os militares foram os únicos responsáveis pelos anos de chumbo no Brasil. Hoje emergem para o conhecimento público as vergonhas da Esquerda ao lermos o livro “Manual do Guerrilheiro Urbano” de Carlos Marighella, um dos fundadores do Partido Comunista Brasileiro (PC do B) e cofundador da Ação Libertadora nacional ALN que ensina como confeccionar bombas caseiras, espalhar o terror e como realizar uma “tortura bem sucedida.” Hoje num âmbito nacional descobrimos como funcionava o “mecanismo” que visava à dominação e a perpetuação no poder através do Foro de São Paulo – criação de Lula e Fidel Castro na década de 90.
É impossível não ver nesse ângulo da história que as esquerdas revolucionárias não eram apaixonadas pela democracia. Elas tinham, pelo contrário, um projeto de assalto ao poder, embora hoje, numa reconstrução histórica, faziam parte legítimos democratas, como Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e outros tantos. Mas, o que tudo isso tem haver com a atual situação que se encontra nossa cidade de Juazeiro? TUDO! Juazeiro hoje ainda é o lugar da “resistência”, ou seja, perpetuação do poder. Não aos moldes de Carlos Marighella (ainda...), porém no uso da máquina do poder para intimidar, dominar e manipular a opinião do povo e disseminar a dúvida quando seus projetos são desmascarados e rechaçados. Mas, enquanto o juazeirense for mais preocupado com a sobrevivência do que com a política, continuaremos com as mesmas reclamações de sempre.
Só há um jeito de mudarmos nossa cidade: sairmos dessa “espiral do silêncio” com o povo se unindo de verdade num projeto da Nova Política e de uma pessoa que bem represente esses valores. Não digo “se unir” para mais tarde levar alguma vantagem ou benesse desse futuro nome, mas digo “unir” no sentido de darmos as mãos, e deixarmos as diferenças de lado. O que vai ser tratado em 2020 serão os próximos quatro anos de nosso município e do futuro de nossos filhos e netos. Depois disso não adianta ficar chorando e postando nas redes sociais palavras de indignação, raiva ou ódio. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”
ERRY JUSTO
Radialista e Jornalista
Apresentador do programa TRANSANEWS na Rádio Transrio FM 99,9 de segunda a sexta das 7h às 8h com Notícias, Horóscopo, Piada da Hora e o Momento do Rei Roberto Carlos.
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