VALE EM FOCO

Igor Kannário: uma fraude política que o gueto não merece



Não é de hoje que o cantor e político Igor Kannário causa algum tipo de polêmica com a Polícia Militar da Bahia ou com os órgãos de segurança durante a festa de momo. Mas como compreender esse posicionamento sem cair na velha dicotomia: polícia x bandido.

O carnaval da Bahia (e ai incluiu as diversas micaretas) é a maior festa popular do mundo. Uma festa a céu aberto, tornando muito difícil fazer segurança de todos, mas a quase bicentenária Polícia Militar Bahia consegue, nessa área ela tem expertise, o planejamento e toda logística são feitos esmeradamente para organizar esse evento para multidões.

Óbvio que vai ter excessos na atuação, porque não é fácil está no meio de uma multidão enlouquecida ao som de muitos decibéis, muito álcool e drogas afins, com espaços reduzidíssimo de mobilidade dependendo da atração, e onde é impossível não ter toque de corpos. Corpos eletrizados diga-se passagem, que ninguém pode tocar no outro que é sinônimo de desavenças. É nesse cenário que a polícia militar precisa agir.

A cada ano tem-se diminuído o números de excesso da atuação policial durante o carnaval, e um dos fatores é o profissional ser tratado com respeito pelos governos. Melhores instalações para acomodação (durante uma festa vem policiais de vários lugares do estado), tratamento mais humanitário, melhoria na escala de serviço, pagamento antecipado das diárias (que ainda é baixa).
Em se tratando de atrações, o cantor e político Igor Kannário, infelizmente mais político do que cantor, já não somos obrigados a ter que ouvi-lo. Não representa em nada o povo do gueto, é uma estratégia para se promover, e tem dado certo. Ele é o único que durante as festas populares toma supostamente as dores do folião, tendo a sua posição efeito reverso na relação da polícia militar com o folião, ao invés de incitar a população contra a polícia militar, ele poderia (mas nunca irá fazer) melhorar a qualidade das suas músicas.

Sim, comprovadamente é uma música que incita a violência: “Desce quebrando tudo/A gente desce quebrando tudo/Desce quebrando tudo, desce quebrando tudo/Quebrando tudo, quebrando tudo...”, “Se bater com a gente toma/Se bater com a gente toma...”, “É madeira de dar em doido/É madeira de dar em doido/Doido! Doido! Doido doido!”.

A Polícia Militar involuntariamente se torna um cabo eleitoral de Kannário, por puro oportunismo político, os presidentes de partido perceberam nele um filão para a conquista de votos. Quem o incentivou a ser candidato a vereador em Salvador foi o prefeito ACM Neto, que não o queria como político, mas os votos que ele traria das comunidades periféricas, que na sua maioria são desprovidas dos direitos básicos negados por ACM Neto enquanto gestor municipal, mas que Kannário nunca denunciou.

Enquanto o carnaval de Juazeiro foi um espetáculo de pão e circo, “no tudo nosso nada deles”, teremos Igor Kannário e outros tantos, cujas músicas enquadram-se na lei 12.573/12 - lei Anti-Baixaria, que dispõe sobre a proibição do uso de recursos públicos para contratação de artistas que, em suas músicas, desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres a situação de constrangimento, ou contenham manifestações de homofobia, discriminação racial ou apologia ao uso de drogas ilícitas.

É bom lembrar, que em algumas cidades baianas, Igor Kannário não canta, e que infelizmente durante a sua apresentação no carnaval de Juazeiro/2019, um folião morreu esfaqueado na avenida.

Enio Silva da Costa
Subtenente BM e educador

2 Comentários

  1. simplismente quem contratou esse idiota e pior que ele 🤮🤮🤮 ao invés de ta trazendo esse tipo de porcaria de banda, pq não investio na saúde que é uma porcaria. na verdade vocês já estão tudo bem de vida é que se dane os pobres coitados..

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  2. Essa escória social, usado como escada política de aglutinação de votos para legenda por A Neto, só demonstra o seu desrespeito com o povo baiano e qualquer governo que contrate este baixo astral pata evento publico de rua, deveria ser responsabilizado judicialmente pelas infrações causadas pelo igualmente infame artista.

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