VALE EM FOCO

Eu sou mais Juazeiro por Enio Costa



Pela segunda vez Juazeiro e o seu povo são ridicularizados publicamente em um show de humor na cidade de Petrolina. A primeira em 2016 com Diogo Portugal e agora com Léo Lins, trazendo as mesmas piadas do anterior, um show para juazeirenses masoquistas. 

Quando digo que publicamente, é porque já somos ridicularizados constantemente, não pelas piadas absurdas com as comunidades do Kidé e do João Paulo II, mas pela condição da cidade, provocada pelo poder político, esse sim, merece ser constantemente e publicamente ridicularizado.

O mais triste no show, é que foi a própria população de Juazeiro que muniu o dito humorista com informações da nossa cidade. Peraí! Eu não gosto dessa situação na cidade, passo essa informação para fazerem chacota, mas continuo votando em quem é verdadeiramente responsável por toda essa situação!

Nesse momento surge alguém com a repetida frase: “o povo de Juazeiro tem complexo de vira-lata! Mas é desse vira-latismo que se nutrem os políticos de Juazeiro: da falta de autoestima do povo, da falta de amor próprio; da ausência de um projeto de cidade; de uma ação educativa leve sentimento de pertencimento; de uma educação liberte e emancipe.

A questão da “ponte picolé”, não foi Diogo Portugal ou Léo Lins quem inventaram, tão pouco são responsáveis pela condição da mesma, encontra-se nesse formato (diga-se passagem, em formato de picolé mesmo) por conta dos políticos, prefeitos e ex-prefeitos.


Discordo do humorista quando diz que Ivete é o nosso maior produto de exportação, são as muriçocas, que infernizam durante anos. A solução mágica encontra pelas gestões: o carro do fumacê. O professor da UNEB, Osmã Teles, especialista em entomologia agrícola, por várias vezes apresentou uma solução viável para resolver a questão, mas para quer resolver se a gente “gosta” do fumacê.

Obras as inacabadas tomam conta da cidade, e realmente causam transtornos. A obra da avenida Adolfo Viana, passa a sensação de que tiram dinheiro de um canto para pôr em outro. E não por acaso, deve ser graças a essas peripécias contábeis que as contas são rejeitadas sistematicamente anos após anos.

Juazeiro é a única cidade do Brasil que adota um sistema parlamentarista bizarro, com dois figuras que governam a cidade, um é o chefe de Estado (figura decorativa), o outro é o chefe de governo (quem manda). Ainda tem o meio-parlamento, pois os vereadores apenas legislam pela metade.

Quanto ao suposto desvio de 112 milhões atribuído ao ex (ou atual prefeito Isaac Carvalho) a justiça em todas as suas instâncias, não aceitou o argumento de erro na publicação.

A prefeitura deveria ter comprado todos os ingressos do show do humorista Léo Lins, faria um sorteio com a população, para quem gosta de sofrer com as suas escolhas políticas, quem sabe assim ria um pouco da sua condição de morar numa cidade tão pouco valorizada por seus representantes políticos.

Parafraseando Nelson Rodrigues: o juazeirense é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos políticos para a nossa autoestima.

Juazeiro merece ser mais respeitada por parte dos políticos e de alguns cidadãos, é uma terra acolhedora, de um povo muito receptivo e trabalhador, de uma história linda, de gente decente, de expoentes na música, nas artes e nas letras. De anônimos e famosos que se orgulham do valor de ser juazeirense.

Enio Silva da Costa
Subtenente BM e Educador

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