A companhia aérea Avianca terá de indenizar, por danos morais, uma ex-funcionária que trabalhava como agente de despacho no setor da empresa em Petrolina, em R$ 5 mil. A ex-colaboradora, de 41 anos, que não quis se identificar, disse a este Blog que era chamada de “cavala” – além de outros apelidos pejorativos, inclusive de cunho sexual – e passava por situações vexatórias diariamente.
“Eu era chamada de cavala, eles gritavam comigo na frente das pessoas. Minha saúde mental foi abalada, era uma tortura, dinheiro não paga. Respeito cabe em qualquer lugar”, afirma ela, que permaneceu na empresa por quase sete anos e foi demitida em fevereiro de 2017.
A mulher disse que tinha medo de denunciar, mas mudou de ideia depois de receber apoio familiar e de outra colega de trabalho, que testemunhou junto à Justiça. Ela disse que muitos a aconselhavam “a não denunciar, porque seria difícil encontrar outro emprego depois”. O mesmo, segundo a denunciante, era dito dentro da empresa, por parte dos seus superiores.
A sentença saiu na última semana. “Sendo assim, entende-se comprovado que a honra da reclamante foi macula, vez que sofreu tratamento depreciativo na empresa, praticado por prepostos da reclamada no curso da relação empregatícia, atitude que tem o condão de lesar a sua esfera psicológica e de causar menoscabo profissional“, diz trecho da sentença judicial.
Exemplo
A ex-funcionária também relatou que os apelidos pejorativos eram ditos, inclusive, por meio de um rádio que os funcionários utilizam. Ela espera que isso mude a situação na empresa e sirva de exemplo para outras pessoas – também de outras empresas – procurarem seus direitos. “Era humilhante esse assédio moral. Temos que procurar nossos direitos, não é bom para a saúde. Isso fica na vida da pessoa, não abaixe a cabeça, ninguém é mais do que ninguém. Peça ajuda”, aconselhou.
A denunciante também disse que a empresa levou testemunhas para as audiências, alegando desconhecer a denúncia. Mesmo assim, as provas apresentadas por ela foram contundentes, resultando no ganho da causa. “As duas partes foram ouvidas nas audiências, eles alegaram desconhecer a situação. Isso tem que parar, respeito já”, finalizou ela, que já está novamente empregada. O Blog procurou a assessoria da Avianca para comentar o caso, mas ainda não recebeu resposta. Blog Carlos Britto
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