A mãe do Cabo do Exército do 72° Batalhão de Infantaria Motorizado, que está desaparecido desde o dia 17 de fevereiro deste ano, Maria Lucineide de Sousa Pinto, apresentou novos fatos sobre o caso durante entrevista ao programa ‘Super Manhã’, com Waldiney Passos, na Rádio Jornal de Petrolina, na manhã desta quarta-feira (14). Maria esteve no programa juntamente com o líder comunitário de Izacolândia, Júlio César.
Segundo o líder, Oldemárcio de Sousa Pinto, conhecido como Marcinho, morador do distrito de Izacolândia, havia sido ameaçado pelo vereador Domingos de Cristália antes de desaparecer e teria sofrido um atentado. Ainda segundo Júlio, o Cabo teria ido a sua casa na quinta-feira, dois dias antes de desaparecer, e avisado que o líder tivesse cuidado, pois teria sofrido uma emboscada e sido perseguido em Petrolina.
“Ele me chamou para entrar no carro e avisou que estava preocupado, com medo e que estava em busca de um meio de garantir sua segurança. Meu pai, que me viu entrar no carro, ficou preocupado pela expressão dele enquanto conversava comigo”.
De acordo com o líder do distrito, Oldemárcio foi testemunha em um processo eleitoral. O Cabo teria colhido e deflagrado provas contra o vereador Domingos, que teria cometido crime eleitoral. No processo em questão, o militar teria atuado como testemunha no Boletim de Ocorrência. “Ele foi ouvido no processo em cinco audiências que aconteceram. A primeira audiência durou cerca de 7 horas, a segunda 4 horas e as demais 2 horas”, disse Júlio.
O líder afirma que também chegou a ser ameaçado juntamente com sua família. “Além de ter sido testemunha física em um momento em que fui ameaçado durante a última eleição, ele me defendeu dessas pessoas que foram levar um recado ameaçador afirmando que se a gente denunciasse, não escaparia nem sequer as famílias dos envolvidos. Esse respingo do passado foi um recado objetivo, foi um recado claro, isso eu não vou negar”, afirmou.
Segundo a mãe do Cabo, ele era uma pessoa que não tinha inimizades e o único problema que teria com alguém era justamente esse com o vereador. “Era uma pessoa de muitas amizades, casada e com filho de cinco anos. Não tinha inimigos”, disse.
Questionada sobre a possibilidade de achar o filho com vida, a mãe do Cabo afirmou que acredita que ele esteja vivo. “Por que alguém ira tirar a vida dele? Era um menino que todos gostavam dele. Para quê?”. A respeito do desaparecimento estar relacionado com o processo eleitoral de Domingos de Cristália a mãe afirmou que tem suspeitas que possa haver ligação.
Apelo
Júlio fez um apelo para a sociedade e pediu para que quem tiver notícias, souber do paradeiro do Cabo, “alguma pista, se o viu passar em algum lugar, que possa informar para a família. A família já não aguenta mais. Querem saber se está vivo ou se está morto”.
O líder afirmou ainda que outros fatos estão sendo investigados e que novas provas estão sendo colhidas. Ele preferiu manter em sigilo para não atrapalhar o caso. “Uma emissora nacional está vindo para acompanhar o que aconteceu”.
Atuação Exército
Outro ponto de questionamento do líder foi da inércia do Exército diante do caso. “A gente gostaria que o Exército dê uma posição, pois ele faz parte de um órgão nacional que são as Forças Armadas. Queremos que o Exército tome uma medida maior que auxilie na elucidação do carro (…). Acredito que ele faz parte das Forças Armadas”, disse Júlio.
O caso
O Cabo do Exército do 72° Batalhão de Infantaria Motorizado, localizado em Petrolina (PE), saiu do batalhão por volta das 9h30 da manhã, segundo imagens de câmaras de segurança, do dia 17 de fevereiro deste ano em direção a sua casa no distrito de Izacolândia e não foi mais visto.
Uma semana depois do desaparecimento, o veículo do militar foi encontrado incendiado e totalmente destruído próximo ao distrito de Massaroca, em Juazeiro (BA). O carro estava a mais de 1 km da pista.
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