A grande vencedora do 22º Festival Edésio Santos da Canção foi a música Ser Maria, de autoria de Amauri Plácido da Silva Neto, interpretada magistralmente pela cantora Alcina Gonçalves, de Juazeiro, ganhadora também do prêmio do Júri Popular, eleita em votação do público.
A consagração aconteceu na noite deste sábado (15), no palco montado na Orla II de Juazeiro, às margens do rio São Francisco, sob as bênçãos do cantor Geraldo Azevedo, estrela que encerrou o Festival. Aplaudida pelo público desde sua apresentação na fase inicial, Alcina Gonçalves revelou que, “Entre tantas belas canções, não esperava que fosse conquistar o grande prêmio. Estou feliz, agradeço a Amauri e ao público que me apoiou desde a primeira apresentação”.
Portadora de necessidades especiais, com perda de parte dos sentidos da visão e audição, Alcina fez elogios à organização do festival, que ela chamou de inclusiva. “Em nenhum momento me senti excluída do contexto desse grande evento. Pelo contrário, virei mais uma entre tantas e tantos que subiram ao palco para mostrar o seu trabalho”, agradeceu.
Autor da música que arrebatou os jurados e a plateia, o petrolinense Amauri Plácido nunca havia participado de um festival. “É a minha primeira vez num festival e não esperava essa apoteose. Acredito que o êxito da sua canção foi a interpretação magistral de Alcina. Ao ouvi-la cantar a música Fogo Pagou de Luiz Gonzaga, me encantei pela voz dela”, revela.
A 22ª edição do FESC entra para a história entre aquelas que apresentaram as melhores músicas nos últimos anos. A poesia das letras, o esmero nos arranjos e o talento dos e das intérpretes ganharam de músicos profissionais e do público em geral fartos elogios.
Embora não tenha sido incluído no seleto grupo dos vencedores do FESC, o performático Dom Pilé, intérprete de Coringa Blues, comemorou o dueto improvisado que compartilhou com Geraldo Azevedo em uma das músicas do show, e fez análise positiva do festival: “De uma maneira geral o saldo foi positivo e vale a pena comemorar. Respeito todas as músicas, mas algumas não tem a cara de um festival. Aqui não vai nenhuma crítica, pelo contrário, música boa é aquela que o povo gosta”, reconheceu o artista.
Anunciado como a grande atração do encerramento do Edésio Santos deste ano, o petrolinense Geraldo Azevedo não decepcionou e provocou uma verdadeira ebulição em completa interação com o público que cantava com ele todas as músicas. Estrela no cenário da MPB, Geraldo se sentiu em casa, às margens do Velho Chico e de frente para Petrolina, sua terra natal.
“É uma honra muito grande participar desse festival que leva o nome de Edésio Santos, que foi uma pessoa com quem eu convivi. Foi Edésio quem me apresentou a João Gilberto. Edésio foi um mestre para mim no tempo do Sambossa, que tinha Fernandinho, Toinho, Felipão. Eu era o mais novo naquele tempo e aprendi demais com eles. Edésio chegando perto de João Gilberto sempre, mostrando pra mim um caminho novo na música. Foi uma abertura muito grande pra minha carreira. E participar desse festival homenageando essas pessoas todas, me deixa muito feliz. E cantar em Juazeiro é maravilhoso, porque é a mesma coisa de cantar na minha terra” – finalizou o cantor.
O secretário Sérgio Fernandes, titular da pasta de Cultura, Turismo e Esportes, responsável pela organização do festival, não disfarçava o contentamento pelo sucesso de público e crítica alcançado pelo evento que esse ano fez justa homenagem a dois ícones da música, o genial João Gilberto e o carismático Neto.
Confira os ganhadores:
1º lugar – prêmio de R$ 10 mil – Ser Maria, de Amauri Plácido, de Petrolina, interpretado por Alcina Gonçalves, de Juazeiro
2º lugar – prêmio de R$ 8 mil – Gumbé, de Carlos Gomez, de Praia Grande (SP), interpretado por Jessica Stephens, de Manaus
3º lugar – prêmio de R$ 6 mil – Ainda há tempo, de Keréto, de Campo Formoso (BA), autor e intérprete
Melhor intérprete – R$ 3 mil – Jessica Stephens, de Manaus, pela canção Gumbé
Prêmio do Júri Popular – R$ 2 mil – Alcina Gonçalves, intérprete da música Ser Maria
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